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Juiz Amaury de Lima é interrogado no TJMG

Juiz disse ser "um dos maiores colecionadores de armas do Brasil, sendo as mesmas legalizadas, com exceção de uma delas, considerada obsoleta."
Juiz disse ser “um dos maiores colecionadores de armas do Brasil, sendo as mesmas legalizadas, com exceção de uma delas, considerada obsoleta.”
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O juiz Amaury de Lima e Souza, preso pela Polícia Federal em junho deste ano, foi interrogado nesta quarta-feira (17) no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte. A sessão, que aconteceu no Palácio da Justiça, durou cerca de quatro horas e foi aberta ao público. O magistrado negou todas as acusações pelas quais foi denunciado e afirmou “ser um juiz à frente de seu tempo, sendo suas decisões muitas vezes controversas”. Amaury é suspeito de beneficiar traficantes em sentenças e foi denunciado por envolvimento nos crimes de organização criminosa, colaboração com associação para o tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, conexão com outras organizações criminosas independentes, corrupção passiva, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

De acordo com a assessoria de comunicação do TJMG, o interrogatório do ex-titular da Vara de Execuções Penais de Juiz de Fora foi conduzido pelo desembargador Antônio Carlos Cruvinel, relator da ação penal. A denúncia do Ministério Público, acatada na íntegra pelo Tribuna de Justiça, foi lida na presença da defesa de Amaury e do Ministério Público. Conforme nota do TJMG, “o magistrado afirmou que a acusação não menciona datas, locais e valores, nem detalha como os fatos ocorreram e negou as acusações, afirmando que está na magistratura há 25 anos, sendo 17 na área de execução penal”.

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No dia 11 de junho, Amaury foi preso em flagrante pela Polícia Federal por porte ilegal de armas de fogo e munições, encontradas em seu sítio no Bairro Graminha, Zona Sul. Sobre isto, o juiz disse ser “um dos maiores colecionadores de armas do Brasil, sendo as mesmas legalizadas, com exceção de uma delas, considerada obsoleta.”

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Segundo o TJMG, “o denunciado respondeu ainda a perguntas relacionadas a estas ligações (com traficantes), ao funcionamento e à rotina da Vara de Execuções Criminais e ao número de processos em andamento. Ele também falou sobre o seu relacionamento com os filhos e com a companheira e explicou gastos com a aquisição de veículo e de apartamento, pagamento de pensão alimentícia, valores recebidos a título de vencimentos e de aluguel de estande de tiros localizado em seu sítio”. O que Amaury respondeu não foi divulgado pelo órgão.

Ao final da audiência, Amaury requereu a devolução do material apreendido que não foi objeto da denúncia e solicitou o benefício da prisão domiciliar, pedidos que devem ser formalizados pela defesa em até cinco dias para, depois, serem apreciados. Advogados de outros denunciados no processo, antes do desmembramento deste, também participaram do interrogatório . Após esta fase preliminar, o próximo passo é a fase de instrução, onde serão ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. Essas testemunhas serão intimadas nos próximos dias.

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