Com o início do horário de verão novamente agendado para o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no dia 4 de novembro, a preocupação de alunos e professores é a adaptação dos candidatos ao novo horário, sobretudo para evitar cansaço e ter disposição para fazer a prova. Coordenador do ensino médio do Colégio Equipe de Juiz de Fora, André Carneiro destaca a adaptação do corpo às mudanças de horário de hábitos cotidianos, e dá dicas para que os estudantes não sejam afetados no dia da avaliação.
“Conversei com os alunos do colégio e alguns ficaram incomodados, porque não é só o medo de errar o horário, mas o fator biológico” enfatiza o coordenador. “Temos um relógio biológico que respeita o horário de descanso e alimentação e pensamos o ano todo em fazer simulados de acordo com os padrões de horário do Enem para acostumá-los a isso. Agora eles terão pouco tempo para se adaptar às mudanças.”
Para o coordenador, o melhor funcionamento do corpo é uma questão de adaptação, e o costume de se alimentar e descansar mais cedo nos dias que antecedem a prova pode ser a chave para um bom rendimento. “Orientei os alunos a anteciparem a alimentação, tentar almoçar 11h ou 11h30 para acostumar o organismo e dormir mais cedo. O que puderem fazer desde agora é bem vindo”, comenta. Para ter um sono melhor e controlar a ansiedade da prova, André também incentiva a prática de alguma atividade prazerosa. “Tem gente que se sente melhor ouvindo música, fazendo ginástica, caminhando, fazendo ioga ou meditação. Alguns alunos já estão nessa linha.”
Segundo o coordenador, o próprio início do horário de verão pode ser um fator para deixar os alunos ansiosos, porém a causa da ansiedade deve acontecer mais pela expectativa de problemas do que pela prova em si. “Eles vão ouvir agora na mídia que a mudança vai mais prejudicar do que beneficiar. Eles já estão ansiosos com a prova, tirar o projeto de preparação em cima da hora faz com que tenham que reformular tudo em pouco tempo e o jovem tem dificuldade de fazer isso. Pessoas que já se formaram e vão refazer o Enem devem fazer com mais maturidade, porque têm mais experiência de vida. Mas, para o jovem que está começando no processo, pode elevar a evasão da prova, alguns podem deixar de fazer porque vão ouvir tanta coisa sobre prejuízos que o nível de abandono pode ser maior. A gente custa tanto a colocá-los para cima, acreditar no estudo e conseguir uma vaga, criando alternativas para motivá-los, e o Governo não pode trocar uma ou duas semanas do horário de verão”, lamenta.