O motorista que conduzia o Ford Ka que colidiu contra uma motocicleta, provocando a morte dos amigos Jailson Andrade de Oliveira e Paulo César Oliveira, prestou depoimento ontem à Polícia Civil. O rapaz, de 20 anos, confirmou que fez uso de bebida alcoólica e que conduzia o veículo na contramão. Jailson, 41, e Paulo, 37, perderam a vida quando trafegavam de moto na BR-040, perto do Expominas, no dia 17 de setembro. Além do condutor, outro jovem, 20, e um adolescente, 16, que ocupavam o Ford Ka, foram ouvidos. Ambos confirmaram a versão do motorista. A Tribuna teve acesso ao depoimento do motorista. Como consta no documento, ele relatou que estava em uma festa junto com os dois amigos e na qual consumiram cerveja e vodka. Por volta das 23h, o trio teria deixado o evento e foi dormir dentro do automóvel do lado de fora da granja. Conforme o motorista, cerca de 30 minutos depois que pegou no sono, acordou e resolver ir para casa, no Bairro Monte Castelo, enquanto os amigos permaneceram dormindo.
Ele relatou que, ao chegar na BR-040, supôs que se deslocava sentido ao Salvaterra, já que considerou o trecho mal sinalizado, para chegar ao retorno para a Zona Norte e não percebeu que estava na contramão. O jovem disse que, depois de conduzir o carro por cerca de três quilômetros, colidiu com a motocicleta, ficando desacordado, vindo a acordar somente no hospital. Ele ainda disse que sofre de epilepsia e que o acidente teria ocorrido em razão de ter sofrido um crise.
O caso está sendo investigado pela 3ª Delegacia e, atualmente, está sob responsabilidade da delegada Carolina Magalhães. O inquérito aguarda a conclusão do laudo pericial que vai apontar a dinâmica do acidente, a fim de ser finalizado. O motorista responde pelo crime de homicídio doloso, uma vez que teria assumido o risco de provocar o acidente.
Ato na porta da delegacia
Enquanto o condutor e as duas testemunhas prestavam depoimentos, no lado de fora da delegacia, em Santa Terezinha, familiares de Jailson e Paulo realizaram um ato, solicitando justiça para o caso. “Hoje completa um mês da morte, e está tudo muito difícil, por causa dessa irresponsabilidade que aconteceu. O Jailson deixou uma filha pequena, e minha mãe está sofrendo muito, principalmente na hora do almoço, porque ele ia almoçar com ela todos os dias. Ela fica arrasada. Queremos justiça”, afirmou Zandonaide Oliveira Marcelino, 40 anos, irmão de Jailson.
“Foi um homicídio doloso, duplamente qualificado. É assim que a gente encara esta situação. Esperamos que a Justiça encare dessa forma também. Para a família, está sendo muito difícil, não dá para falar. Ontem (domingo) minha filha me disse: mamãe, quero meu pai. Não há o que falar para ela”, lamentou Talita Salustiano Braga, mãe da filha de Paulo, uma adolescente de 15 anos.