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Após sete dias, trabalhadores dos Correios suspendem greve

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Em assembleia nesta terça-feira (17), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegrafia e Similares de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA) aprovou, por unanimidade, a suspensão do movimento grevista, deflagrado, pela categoria, na última quarta (11). A volta ao trabalho foi proposta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em audiência de conciliação, até o julgamento do dissídio coletivo, em 2 de outubro. A medida foi recomendada às entidades representativas estaduais e regionais pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect). Embora sigam em estado de greve, os trabalhadores locais retomam o expediente já nesta quarta (18).

Cerca de 20 trabalhadores participaram de assembleia ao fim da tarde desta terça-feira (17) (Foto: Felipe Couri)

Até a sessão no TST, os termos do último acordo coletivo de trabalho, válido para o biênio 2018-2019, serão mantidos, bem como a vigência do plano de saúde para os pais como dependentes. Conforme o presidente do Sintect/JFA, José Ricardo Guedes, em razão do consenso entre as entidades representativas e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), alguns trabalhadores retornaram ao trabalho entre esta segunda (16) e terça-feira (17). “O relator (ministro Mauricio Godinho Delgado) deu até às 22h desta terça para que todos os sindicatos pudessem decidir se aceitariam ou não a proposta. Como as próprias federações recomendaram a volta, o movimento deu uma quebrada. A gente já não tem pique para aguentar até dia 2 de outubro.” Na região, de acordo com Guedes, cerca de 130 trabalhadores aderiram ao movimento, sendo 50 de Juiz de Fora.

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De acordo com o sindicalista, o objetivo da paralisação foi cumprido, uma vez que os trabalhadores chamaram a atenção da população para as necessidades da categoria. “Sem sombra de dúvidas, o impacto da paralisação foi bastante significativo. As encomendas e as correspondências sofreram grandes atrasos. Estimo que levaremos de duas a três semanas para colocar a carga em dia, até porque, em outros tempos, a empresa contratava mão-de-obra terceirizada para desafogar. Mas, desta vez, ela não usou esse artifício.” Entretanto, não há números referentes ao tempo médio de atraso das encomendas e correspondências na região, bem como o montante em atraso. “Não tenho como mensurar. Posso dizer que o atraso foi realmente sentido. Em todo o Brasil, são milhões de encomendas. A rotatividade diária de encomendas atinge a casa de 30 milhões”, avalia o presidente do Sintect/JFA.

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Questionado sobre os impactos, a ECT informou à Tribuna que aguarda o encerramento da greve em todo o Brasil para consolidar as informações. “Desde o início da paralisação parcial, os Correios colocaram em prática um plano de continuidade de negócios, estabelecendo ações de contingência para amenizar eventuais impactos à população. Entre as medidas estão o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação e a realização de mutirões nos fins de semana. As ações contingenciais continuarão a ser adotadas até que as entregas sejam normalizadas. Reiteramos que a rede de atendimento está funcionando normalmente em todo o país.”

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Ação de dissídio coletivo

Ajuizada no TST pelos Correios, a ação de dissídio será pautada, em 2 de outubro, pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Tanto as relações coletivas de trabalho até a data-base de 2020 quanto eventuais questões sobre a greve serão definidas. Conforme o Tribunal, após a audiência de mediação, “o ministro (Mauricio Godinho Delgado) chegou à conclusão de que não vai ser possível obter consenso definitivo, por meio de conciliação, sobre as próximas normas coletivas que nortearão as relações de trabalho e o plano de saúde para os pais”. Os trabalhadores reivindicam o reajuste salarial com a reposição da inflação do período, fixada em 3,25%, e se posicionam contra cortes de benefícios, como, por exemplo, a vinculação de pais como dependentes nos planos de saúde.

Conforme os Correios, o dissídio coletivo foi ajuizado após dois meses de negociação junto às representações sindicais. “Vale ressaltar que, durante todo esse período, os Correios buscaram construir uma proposta de acordo coletivo de trabalho dentro das condições financeiras suportadas pelo caixa da empresa. As federações, por sua vez, reivindicam vantagens impossíveis de serem concedidas no atual momento da empresa e da própria economia do país. (…) Com o julgamento do dissídio pelo TST, a empresa espera alcançar o objetivo de chegar a um entendimento razoável sobre o acordo coletivo de trabalho 2019/2020, com a confiança de que o Tribunal reconhece a importância de, neste momento, retomar o equilíbrio financeiro de uma empresa tão estratégica quanto os Correios.”

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