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Juiz-foranos no Chile relatam pânico após terremoto

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Juiz-foranos em viagem ao Chile relatam à Tribuna o temor que vivenciaram após o terremoto de magnitude 8.3 na escala Richter, que abalou o Norte e Centro do país na noite de quarta-feira (16). Segundo balanço das autoridades chilenas, pelo menos dez pessoas morreram. O terremoto levou à emissão de um alerta de tsunami, que obrigou a retirada de cerca de um milhão de habitantes das áreas costeiras. O abalo foi seguido de 71 réplicas de menor intensidade, sentidas ao longo de toda a madrugada, a maioria nas regiões de Atacama e Coquimbo (ao Norte).

Em visita ao país após ter sido contemplado pelo prêmio Sebrae, o jornalista Ricardo Corrêa, 34 anos, descreveu o susto e o desespero ao sentir os tremores na capital Santiago. Segundo ele, com o choro e a correria das pessoas, o cenário era de medo. “É assustador. Eu estava no quarto do hotel, no terceiro andar. Balança tudo. As portas dos armários se abrem, as coisas caem da mesa. Faz barulho de ferro tensionando, então você acha que o prédio realmente vai cair. É como se a construção estivesse em cima de um tapete”, relata.

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Diante do ocorrido, o desejo de conhecer o litoral chileno ficou comprometido. ” Muita gente tinha passeio comprado pra lá e desmarcou. Sobretudo Valparaíso e Viña del mar, que são mais turísticas. Por lá houve inundações em praças da cidade. Na noite de ontem, hotéis mandaram as pessoas pro terraço do prédio, com medo dos tsunamis. A ida para a costa está comprometida”, diz.

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Guilherme e sua esposa Amanda horas antes dos tremores. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quem também passou por grande susto e teve o passeio comprometido foi o juiz-forano Guilherme Fernandes de Assis, 38. Ele estava hospedado com a esposa Amanda Vervloet, 33, em um hotel no Bairro Providência, em Santiago. “Eu estava no banho, e minha esposa, lanchando no quarto, quando o prédio começou a balançar cada vez mais. Vesti uma roupa rapidamente, e descemos pela escada de emergência apavorados, permanecendo no hall do hotel por orientação do recepcionistas. Lá havia outros brasileiros em estado de choque”, conta.

Com o retorno ao Brasil previsto para domingo, o biólogo chegou a tentar trocar as passagens. No entanto, a tentativa foi frustrada. “Passamos a noite em claro com medo de novos tremores. Minha esposa está apavorada. Até agora ela coloca um copo de água e fica olhando se vibra. Estou controlando minha ansiedade”, desabafa.

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Aflição pela filha

A dentista Luzia Itelvina, 55, conta que viveu momentos de tensão aguardando notícias da filha Clara, 29, arquiteta, que atualmente reside em Valparaíso, onde as ondas do mar chegaram a 4,5 metros. Luzia relata que só ficou  mais aliviada uma hora depois de ter sido informada sobre os  tremores. “Eu vi a notícia na TV, ainda não estava sabendo. Comecei a mandar mensagem pelo WhatsApp, e ela não visualizava. Fiquei preocupada por ela não me responder. Com o alerta de tsunami, os moradores ficaram até às 22h30 no alto de um morro. Só depois de voltar para casa é que ela me respondeu”, relata.

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