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Manifestação em prol da igualdade

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Evento atraiu gente de todas as idades e tribos em JF
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Evento atraiu gente de todas as idades e tribos em JF

Atualizada às 20h

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Em meio às nuvens, o sol até chegou a aparecer, mas o brilho da 11ª Parada da Cidadania e do Orgulho Gay estava mesmo na multidão que tomou conta da Avenida Rio Branco na tarde deste sábado (17). Houve um desencontro de informações quanto ao número de participantes. Segundo o comandante da 30ª Companhia de Polícia Militar, capitão Marcelo Monteiro de Castro, cerca de três mil pessoas seguiram o desfile que integra o 16° Rainbow Fest, promovido pelo Movimento Gay de Minas (MGM). Já para os organizadores, foram mais de 50 mil que se divertiram ao som dos três trios elétricos que animaram todo o percurso. 

A festa também mostrou a sua face política. Para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno, a Parada Gay de Juiz de Fora é uma referência de mobilização no país. Ele ressaltou que, no primeiro semestre, a associação voltou seu foco para o engavetamento do projeto da "cura gay", proposto pelo deputado federal Marco Feliciano (PSC), que preside a Comissão de Direitos Humanos na Câmara. "A sociedade concorda que o projeto é um absurdo e precisava ser engavetado." 

As manifestações contrárias à homofobia começaram ainda na concentração, no Parque Halfeld. No local, uma tenda foi montada para que as pessoas confeccionassem seus próprios cartazes. Com pincel e tinta, Patrícia Duarte, 22 anos, da Associação Nacional dos Estudantes Livres (Anel), escrevia frases na cartolina. "A gente luta por uma sociedade igualitária", destacou. E ela não era a única. Em meio à irreverência dos travestis, muita gente exibia faixas com palavras de repúdio à homofobia e, em particular, ao deputado Marco Feliciano. 

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Mauro e Sheila Souza faziam questão de mostrar o cartaz que pintaram juntos com a frase "Casal 100 preconceito". Questionados sobre o significado, eles responderam ao mesmo tempo: "para gente não há opção sexual, há opção de felicidade". Na opinião do coordenador de Projetos do MGM, Oswaldo Braga, o "Movimento fora Feliciano" ajudou na luta pela cidadania dos homossexuais no país. "Durante este ano, o povo percebeu o quanto a homofobia dói, e a solidariedade aos gays cresceu", observou. O presidente do MGM, Marco Trajano, frisou a importância da parada em uma época marcada por tantas manifestações populares. "Este é um momento de festa, mas também de ocupação das ruas, só que sem vandalismo ou violência."

Como nas edições anteriores, a cerimônia de abertura teve a execução do Hino Nacional, desta vez interpretado por Wagner Vaccari. Já o tradicional beijo gay, que marca o início oficial da parada, veio acompanhado do pedido de casamento feito por Oswaldo Braga a Marco Trajano. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em reconhecer a união estável para casais do mesmo sexo, a relação de mais de 20 anos de Braga e Trajano pode agora ser oficializada.

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Diversão para família

"Gosto de ver a festa. Venho todo ano", afirmou Cláudia Elaine Martins, 36 anos. Acompanhada do marido e da mãe, ela fez questão de levar a filha de apenas 4 meses. "Esta é a primeira parada dela, mas outras virão", brincou. A dona de casa Letícia dos Reis, 26, também levou a filha de 1 ano pela primeira vez ao evento. "Gosto das músicas e dos travestis", disse Letícia, ao lado da irmã de 7 anos.

Coloridas e com muito brilho, as drags queens chamavam a atenção. Promoter em Maricá (RJ), Viviane Walker usou as cores do arco-íris em sua produção. Já Salete Campari, conhecida no país por suas performances, apareceu como Marilyn Monroe no filme "O pecado mora ao lado". A preocupação com a escolha de roupas e maquiagem foi maior para Baby Mancini, escolhida para ser a rainha da 11ª Parada da Cidadania e do Orgulho Gay. "A responsabilidade de fazer uma boa produção para representar o mundo gay é grande", salientou. 

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Cerca de 350 policiais militares garantiram a segurança durante todo o desfile, que começou na Avenida Barão do Rio Branco, em frente ao Parque Halfeld, seguiu pela Avenida Presidente Itamar Franco e terminou na Praça Antonio Carlos. Um helicóptero Pégasus e uma grua foram utilizados no monitoramento da área. Grades de proteção também foram instaladas para o controle de acesso ao evento. De acordo com a PM, não houve registros de ocorrências durante o percurso da Parada Gay.

* Colaborou Renata Delage

 
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