Neste sábado (17), após ficar um ano fechada para revitalização, a Praça Antônio Carlos foi reaberta ao público. O evento de inauguração aconteceu às 16h30, com a presença da prefeita Margarida Salomão (PT) e outras autoridades. A abertura ainda contou com show da Banda Bangalafumenga no novo palco, que foi reposicionado para uma adequação acústica, a fim de minimizar o impacto sonoro para os moradores da região, conforme a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF).
Durante o evento, a prefeita ressaltou as principais intervenções. “Tivemos que refazer todo o piso, as redes todas que estão aqui por baixo, iluminação, bancos. Agora o palco está virado para o Espaço Mascarenhas, ao invés de mandar o som do show pra residências e para um hospital que temos na vizinhança.”
De acordo com a chefe do Executivo, dar a praça melhores condições de uso é um dever para com a população de Juiz de Fora. “Aqui vamos ter uma rica vida cultural, lugar de grandes manifestações políticas, da feira noturna. Mas para quem gostou da feira na Praça da Estação, também a teremos lá nas sextas-feiras. Assim que nós queremos nossa cidade, fervendo, cheia de alegria, cheia de vida.”
Além do novo palco, as principais mudanças foram a demolição da pista de skate, a troca do piso da praça e a instalação de bancos, bebedouros e iluminação. Os banheiros públicos, que tinham sido anunciados, ainda não estão prontos.
Conforme a Prefeitura, ainda falta uma instalação elétrica da Cemig para que a obra seja concluída. Não há prazo para que os banheiros sejam entregues. Outra estrutura da praça que ainda vai precisar de intervenção é o piso. Esse trabalho deve ser feito nos próximos dias, visto que, conforme o Executivo, a Feira Noturna está prevista para retornar a Praça Antônio Carlos em julho, e ela só poderá ser realizada com o piso completamente pronto.
O contrato para a execução das obras teve o valor global de R$ 5.546.947,40. A intervenção foi financiada com recursos provenientes de acordo firmado entre o Município e a Caixa Econômica Federal em 2019, quando a PJF contratou empréstimo de R$ 90 milhões no âmbito do Programa de Financiamento para Infraestrutura e Saneamento (Finisa).
O projeto arquitetônico que definiu a reformulação da praça foi fruto de um concurso público, lançado em 2020 pelo então prefeito Antônio Almas (PSDB), chamado Concurso Fábrica Mascarenhas. A verba de R$ 5 milhões foi estabelecida para requalificação do Espaço Mascarenhas e da Rua Dr. Paulo de Frontin, que conecta a Praça Antônio Carlos à Praça Dr. João Penido (Praça da Estação).
Demora na entrega e demolição da pista
De acordo com a PJF, o objetivo da revitalização é aumentar a capacidade de ocupação do local, além de estimular a socialização dos cidadãos e fomentar os negócios no município. A entrega da praça ultrapassou o prazo de conclusão previsto no contrato. O início das obras ocorreu no dia 20 de junho de 2022, conforme anunciado pela própria Prefeitura. Sendo assim, as obras deveriam ter sido concluídas dentro do hiato de oito meses, que se encerraria no dia 8 de fevereiro de 2023.
Uma das problemáticas envolvendo a revitalização foi a demolição da primeira pista de skate do município, que ficava na Praça Antônio Carlos. No projeto que venceu o edital, a pista seria realocada para a Praça do Canhão, terreno que pertence ao Exército Brasileiro. Como a área não está sob administração da Prefeitura, a solução foi transferir a pista para um espaço próximo ao Viaduto Augusto Franco. A empresa que vai construir a nova rampa foi contratada no início de junho.
Ponto cultural e histórico da cidade
A planta original da Praça Antônio Carlos, segundo a PJF, é de 1860, feita por Gustavo Dodt. Na época, o espaço era conhecido como Praça da Constituição e desde então era um ponto relevante na cidade, por ser o encontro entre a Estrada União e Indústria e a Avenida Barão do Rio Branco. Foi lá que se instalou a Alfândega Seca da Cidade, importante entreposto comercial. Só em maio de 1934 que a praça foi nomeada como Praça Antônio Carlos.
Não só o nome sofreu alterações ao longo do tempo, mas também a estrutura física. Uma das modificações mais importantes foi a canalização do Córrego da Independência, que deu origem a Avenida Independência, atual Avenida Presidente Itamar Franco, e também ao prolongamento desta via. Como ponto de convergência e grande fluxo de pessoas, a praça sempre foi lugar de encontro para manifestações culturais. Lá havia uma casa de encontros da população negra da cidade, o Cabaré da Maria Birimbó. Mas é a partir de 1983, quando a Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas se torna um centro cultural, é que a praça se torna um espaço privilegiado de promoção da cultura.
Com a reabertura do local, a Prefeitura já anunciou outros três shows para domingo (18). Às 14h está prevista a apresentação de Glicose no Samba, às 16h, Só Love e às 18h, fechando a programação, toca Rock Story.