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Alunos se revoltam contra postagens de professor universitário

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Atualizada às 20h27

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As postagens polêmicas de um professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) no Facebook revoltaram alguns alunos da instituição, que podem inclusive acionar órgãos oficiais contra a atitude do docente. A postagem mais recente e que provocou muita revolta foi publicada pelo professor Joaquim Sucena Lannes, em sua página pessoal na rede social, no último sábado (13). No post, ele comenta uma falsa notícia de um juiz que teria soltado um ladrão e sido assaltado pelo bandido na saída do fórum: “Bem feito. Tomara que futuramente este marginal entre na casa do juiz estupre a mulher dele, a filha e outras mulheres da família dele. Aí quem sabe ele possa ver quem merece ficar solto e quem merece ficar preso”, escreveu Joaquim. A notícia a qual o docente se refere é do site Infonauta.ga, que publica reportagens fantasiosas.

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Indignados, alunos da UFV se reuniram na tarde desta terça-feira (17) e decidiram formalizar denúncia no Ministério Público Federal e na Polícia Civil para que o caso seja apurado. Integrantes dos centros acadêmicos, do Diretório Central dos Estudantes e de movimentos sociais da universidade abriram sindicância no Centro de Ciências Humanas (CCH) pedindo o afastamento do professor. “Um professor que mantém discursos de apologia ao estupro, ao machismo e a homofobia fere os direitos humanos e a integridade dos alunos”, enfatiza o movimento estudantil.

Em nota, a UFV informou que “não se manifesta sobre comentários de professores, técnicos-administrativos e estudantes em ambientes particulares, como perfis de redes sociais”. Já o Centro Acadêmico do Curso de Jornalismo (Cajor) da instituição manifestou-se contrário à opinião emitida pelo professor. “Vale lembrar que o Cajor repudia qualquer ato que incite a violência dentro e fora do campus universitário”, diz a nota.

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Joaquim Sucena Lannes, 63 anos, é jornalista e chefe do Departamento de Comunicação da UFV. Em entrevista à Tribuna, ele lamentou o fato de o caso ter ganhado tanta repercussão e atribuiu a polêmica a um grupo de alunos “mal intencionados que estão problemáticos em disciplinas comigo e, em represália, criaram essa situação. Tenho família. Não posso fazer apologia à violência, porque eu estou assustado com a violência”.

Notícias falsas
Outras notícias falsas criadas por sites de humor foram compartilhadas pelo docente, também com comentários que provocaram polêmica. Em um dos posts, Joaquim comenta a falsa notícia, veiculada pelo site Joselito Müller, de que o deputado Jean Wyllys havia proposto uma emenda à Bíblia para retirar trechos considerados homofóbicos. “Era só o que faltava. Esse verme querer alterar a Bíblia”, escreveu o professor.

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Em outro compartilhamento de notícia falsa, desta vez do famoso site Sensacionalista, o professor critica Pelé e escreve “cala sua boca negão”, em referência à falsa reportagem “Após apoio a Blatter, autoridades pressionam Edson para renunciar a cargo de Pelé”.

“Tenho direito de livre expressão”
O docente reconheceu que errou ao comentar em matérias falsas, mas disse que tem livre arbítrio para expressar o que pensa nas redes sociais. “Tenho o direito de falar o que eu bem entender, onde eu bem entender. Tenho direito de livre expressão, vivo em um país democrático. Mas pode ser que eu tenha sido mal interpretado em minhas colocações e até me expressado mal.”

Joaquim Lannes informou que já está em consulta com sua advogada para saber se irá acionar a Justiça contra quem espalhou suas postagens pelas redes sociais. “Eu errei, porque, no calor da situação, publiquei minha visão sobre os acontecimentos, mas os alunos também erraram ao não virem falar comigo antes de espalhar isso por aí.”

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