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Registro de casos suspeitos de dengue aumenta em quase 1000% em JF

aedes

Foto: Josue Damacena/IOC Fiocruz

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O município de Juiz de Fora se encontra em alerta com o aumento exponencial do número de notificações suspeitas de dengue. Entre março e abril deste ano, o registro de prováveis casos da doença aumentou em quase 1000% ou dez vezes, de acordo com boletins divulgados semanalmente pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). Como forma de conter a epidemia, a pasta disponibiliza recursos extras para o combate ao Aedes aegypti para cidades com incidência considerada alta, atingindo, ao todo, 245 localidades nas três resoluções divulgadas até o momento. Juiz de Fora ainda não entrou no mapa de auxílio do governo estadual, mas o aumento observado nos últimos 28 dias a credencia para estar entre as cidades assistidas a partir da próxima semana.

O crescimento é notório. No primeiro documento divulgado no ano, no dia 7 de janeiro, a incidência de casos prováveis de dengue em Juiz de Fora era de 26,61 pessoas a cada 100 mil habitantes, número considerado baixo pela SES. Pouco mais de dois meses depois, em 13 de março, as suspeitas registradas tinham incidência de 27,67. O crescimento nas estatísticas é notado a partir desta data, chegando a 144 casos prováveis a cada 100 mil habitantes na divulgação de 15 de abril deste ano, índice considerado de preocupação média. Em seguida, aumentou para mais que o dobro até o último boletim divulgado, quando chegou a 290,90 suspeitas na tabela da última segunda-feira (13). Em dois meses, o aumento municipal foi de quase 1000%, saltando de quase 28 casos a cada 100 mil habitantes em março para aproximadamente 291 no mês corrente.

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Com a progressão, Juiz de Fora é o primeiro município da região em casos prováveis registrados na região. A cidade tem mais registros que São João Nepomuceno, que, até a primeira semana de maio, computava o maior número de suspeitas na Zona da Mata.

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Os dados seguem a tendência do âmbito estadual. Em janeiro, eram 29.875 casos prováveis em Minas Gerais; já em maio, o salto foi para 247.602 suspeitas. Por esse motivo, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou, em 23 de abril, a primeira de três resoluções que têm o intuito de distribuir recursos financeiros para determinados municípios. O objetivo é combater a proliferação de casos no estado. As resoluções definem verbas que variam de R$ 20 mil até R$ 400 mil para cidades com incidência considerada muito alta ou alta, a qual é definida como tal a partir do índice de 300 casos de suspeitas para cada 100 mil habitantes.

O valor recebido por cada município é definido de acordo com o tamanho da população. Até então, 245 localidades receberam o auxílio econômico, totalizando um montante de R$ 10,12 milhões distribuídos pelo investimento do governo estadual. Juiz de Fora não esteve presente em nenhuma das três resoluções divulgadas até o momento, no entanto, a manutenção do índice recente de progressão deixará a cidade no quadro de cidades com alto índice de incidência já na próxima semana.

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Aumento de casos mesmo com declínio de temperaturas

As altas temperaturas são ideais para a proliferação da dengue, sendo o verão a época mais propícia para o aumento dos casos. No entanto, nem mesmo o fim da estação, em 20 de março, conteve a epidemia que se alastra por Minas Gerais neste outono. Segundo a assessoria da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o crescimento nos dados municipais seguem a tendência observada em âmbito estadual e deve-se à infestação do vetor da doença, o Aedes aegypti, e também pela circulação de um novo sorotipo do vírus da dengue no estado, o sorotipo II. Cada sorotipo possui uma resposta diferente aos anticorpos, dificultando, assim, a vacinação como forma de prevenção à doença. Como nas epidemias anteriores a circulação foi pelo sorotipo I, a população mineira está mais susceptível ao sorotipo II, de acordo com a SS. Mais virulento, o novo sorotipo pode evoluir e causar quadro mais grave da doença, inclusive para pacientes que já tiveram dengue anteriormente.

Sobre os boletins, a pasta apontou que há um longo processo para que os casos suspeitos sejam registrados pela secretaria estadual em seus boletins, dessa forma, o aumento publicado semanalmente nem sempre reflete a situação da semana em questão. Em nota, a A Secretaria de Saúde informou que, “juntamente com a Sala de Operações de Combate à Dengue, está trabalhando de forma incessante para conter o aumento das notificações. Caso o município seja contemplado com recurso financeiro, o mesmo será utilizado para este fim. A disponibilização ou não do recurso ficará a cardo da Secretaria de Estado de Saúde.”

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A expectativa da Prefeitura é que os casos se reduzam juntamente com a temperatura e a quantidade de chuvas. No entanto, por se tratarem de fatores com os quais não é possível se ter controle, não há como adiantar uma previsão de mudanças na tendência de proliferação observada a partir da incidência atual. A Prefeitura também destacou que, atualmente, realiza forças-tarefas em vários bairros, visando à eliminação de focos. São feitas palestras e teatros, aplicação de larvicidas em marquises, ações específicas com acumuladores de lixo e outras de conscientização e intervenção no ambiente compartilhado.

7 suspeitas de mortes por dengue

Até o momento, foram notificadas sete mortes suspeitas por dengue na cidade. O último óbito foi notificado à Prefeitura na última segunda-feira (13). Conforme o protocolo adotado em suspeitas de óbito por dengue, também seguido nos casos anteriores, o Departamento de Vigilância Epidemiológica irá analisar as causas da morte do paciente, para confirmar a possível relação com a doença, além de requerer ao Estado, por meio da Fundação Ezequiel Dias (Funed), a realização do exame de sorologia para confirmar ou descartar o diagnóstico. Além dos óbitos Juiz de Fora já tem, em relação à dengue, 1.409 comprovações e, à chikungunya, 153.

Estado

Em resposta à Tribuna, o Estado afirmou que, apesar da sazonalidade da dengue, é preciso reforçar que são vários os fatores que influenciam para uma maior concentração no número de casos, como índice de chuvas, temperatura, população suscetível ao sorotipo do vírus circulante, desastres naturais, envolvimento variável da população de cada região na rotina de vistoria de suas casas e irregularidade no abastecimento de água. E, pelo fato de o vetor das doenças circular durante todo o ano, mesmo que com menor intensidade nos meses mais frios e secos (maio a setembro), os cuidados em relação ao combate aos focos do mosquito não devem cessar.

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Sobre as estratégias de combate ao mosquito, a pasta informou que cada município é responsável por gerenciar suas ações de controle do Aedes e atendimento à população. Em relação à assistência financeira, a verba tem sido destinada aos municípios com alta ou muito alta incidência de dengue. “A previsão é que, até o dia 30 de junho, de acordo com a divulgação do boletim epidemiológico, os municípios com alta incidência irão ser contemplados em resoluções com incentivo financeiro complementar, por meio de resolução específica. Caso Juiz de Fora se enquadre nesses critérios, será contemplado com recursos”, pontuou o texto.

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