Atualizada às 10h44
Taxistas realizaram uma manifestação pelas ruas centrais da cidade após um taxista ser assaltado e esfaqueado na noite desta segunda-feira (16). Por volta das 20h30, um motorista de 52 anos foi vítima de um roubo na Avenida JK, altura do Bairro Nova Era, na Zona Norte. Os assaltantes levaram os pertences do homem e ainda desferiram um golpe de faca em sua orelha esquerda. Ele foi atendido na UPA Norte e encaminhado para o Hospital Santa Casa de Misericórdia, onde passou por cirurgia e permanece internado com quadro estável.
Logo após tomar conhecimento do fato, a categoria se reuniu na Praça Ágassis, no Mariano Procópio, de onde seguiu em carreata até a casa do prefeito Bruno Siqueira (PMDB), no Bairro Bom Pastor, na Zona Sul. Antes disso, eles realizaram um ato na altura do Parque Halfeld, no Centro, com paralisação do trânsito.
Segundo o presidente da Associação de Taxistas, Luiz Gonzaga Nunes, a manifestação teve início por volta das 23h e durou até cerca de 1h. “Fomos até a casa do prefeito, mas ele não nos recebeu. A intenção é cobrar mais segurança e a implantação das câmeras dentro dos táxis, que já era para ter sido feita.” Em 2014, a categoria aprovou a utilização de câmeras de segurança no interior do veículo, durante consulta realizada pela Settra. Mas como o obrigatoriedade do equipamento ainda não está em vigor, poucos veículos usariam o dispositivo. Gonzaga explicou que a utilização do serviço de táxi caiu cerca de 40% na cidade, o que leva os taxistas a se arriscarem mais em corridas suspeitas. “Estamos tentando agendar uma reunião também com o comando da PM para tratar sobre o assunto.” Segundo ele, um novo ato está sendo planejado para a tarde desta terça (17) no Parque Halfeld.
Já o presidente do Sindicato dos Taxistas de Juiz de Fora e Região, Aparecido Fagundes da Silva, informou à Tribuna que a entidade não apoiou a ida até a casa do prefeito. “Achamos a manifestação válida e necessária, porque é revoltante a situação da categoria. Mas não cabe ao prefeito resolver isso neste momento. As câmeras já foram aprovadas e é necessário aguardar o prazo para instalação. Precisamos continuar cobrando da polícia a intensificação da operação Para Pedro”, explica, em referência à ação da PM que aborda os veículos e revista passageiros.
Segundo Aparecido, recentemente a categoria se reuniu com representantes da PM e Settra, quando foi feito o pedido por mais segurança. “Na ocasião, a Polícia sinalizou batizar a operação de combate à violência contra a categoria como ‘Táxi Protegido’, por entender que a nossa profissão é de risco. O índice de assalto está alto e somos desprotegidos enquanto motoristas”, alega. Ele informou ainda que já conversou com o secretário de Transporte e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, hoje, e que uma reunião ficou de ser agendada para discutir o assunto.
Em nota, a Settra informou que tem intermediado e incentivado os encontros da classe com a PM, que promove abordagens e ações de combate a situações de risco, como “Para Pedro”. “No que compete à Settra, a pasta, através da licitação, está adotando a obrigatoriedade das câmeras de monitoramento e sistema de GPS, com o botão de pânico, em todos os táxis que estão passando a compor a frota. Esses dois dispositivos são essenciais para aumentar a segurança dos profissionais.” A pasta também informou que está propondo ao Legislativo a modificação da lei vigente, que regulamenta o serviço, com a obrigatoriedade da instalação dos equipamentos. “Contudo, é importante destacar que, qualquer taxista já pode instalar os dispositivos, independente da alteração na lei.”
O assalto
Segundo informações do registro policial, o taxista assaltado na noite desta segunda teria procurado ajuda de pessoas na região do Nova Era por volta das 20h30. Ele estaria com sangramentos e pedindo socorro, dizendo que havia sido vítima de roubo. As testemunhas conduziram a vítima até a UPA Norte, onde ele deu entrada com perfuração causada por faca no ouvido direito. Ao fazer contato com taxista, ele informou à polícia que três homens entraram em seu táxi e anunciaram o roubo, levando o celular e uma quantia em dinheiro, que não foi especificada. Logo em seguida, um dos suspeitos teria golpeado o taxista com a faca. A PM realizou rastreamento contudo os suspeitos ainda não foram localizados.
Casos recentes
Casos envolvendo assalto e agressão a taxistas são frequentes na cidade. No último sábado (14), um taxista de 31 anos foi assaltado na Avenida Brasil. Os criminosos fugiram levando cerca de R$ 400. Já no dia 3 deste mês, um motorista de táxi de 23 anos foi agredido a coronhada durante um assalto no Centenário. Há cerca de um mês, um trabalhador de 24 anos foi baleado em tentativa de assalto a seu táxi no Bairro Cerâmica, na Zona Norte.