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Com falha na coleta, lixo se acumula em vários bairros de Juiz de Fora

LIXO LEO
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Montanha de sacolas de lixo, com muitas já abertas, podia ser vista na manhã de ontem na Rua Custódio Tristão, em Santa Terezinha (Foto: Leonardo Costa)
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Um dia depois do ato denunciando o sucateamento da frota de caminhões que presta o serviço de coleta de lixo em Juiz de Fora, realizado no Demlurb pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu), a cidade amanheceu, nesta sexta-feira (16), com lixo acumulado em diversos pontos. Isto ocorreu, principalmente, em locais onde era esperada a passagem do caminhão até a noite de quinta-feira, mas a coleta não aconteceu.

Dos lugares mais críticos registrados pela Tribuna na manhã desta sexta estava o Cerâmica, na Zona Norte. No local, a coleta acontece sempre às terças, às quintas e aos sábados, mas, em função do feriado prolongado, o lixo ficou acumulado por vários dias, pelo menos, desde o último sábado (10). As esquinas, principalmente, eram as áreas onde havia maior acúmulo de detritos no final da manhã desta sexta. Entre as ruas Hélio Tomaz e Martinho Gonçalves, no Cerâmica, moradores chegaram a pendurar sacolas nas grades para evitar que a sujeira se espalhasse.

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Na Rua Dr.Norberto Gerhein, no Cerâmica, lixo atraía moscas e animais (Foto: Leonardo Costa)

Próximo a um escadão na Rua Doutor Norberto Gerhein, no mesmo bairro, a quantidade de sacos plásticos com lixo e outros materiais já atraía animais de rua e moscas. Uma moradora da via, que não quis se identificar, relatou que o odor do lixo já tinha invadido o apartamento onde mora. “O caminhão passa sempre à noite, mas nesta quinta ele não passou. O meu quarto fica em frente ao escadão, e estava praticamente impossível conviver com o cheiro. Como não viajei no carnaval, notei que o montante de lixo foi se acumulando desde o final de semana. Muita gente não respeita os dias e horários da coleta, mas conviver por quase uma semana com o lixo é um absurdo.”

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Mau cheiro também se transformou em problema na Alameda Pássaros da Polônia, no Estrela Sul (Foto: Olavo Prazeres)

Andando pela Avenida Olavo Bilac, no Cerâmica, até a Rua Bernardo Mascarenhas, no Fábrica, o que se via eram montes de sacolas de lixo acumuladas em intervalos a cada duas ou três casas. O mesmo cenário também foi registrado no Bairro Santa Terezinha, região Nordeste. Nas ruas Custódio Tristão e José Eutrópio, o lixo já tomava conta das ruas. Situação semelhante também foi vista no Bairro de Lourdes, região Sudeste.

Na Rua Nossa Senhora de Lourdes, no Bairro de Lourdes, lixo ficou espalhado no meio da calçada (Foto: Leonardo Costa)

Segundo o morador do bairro, André Luiz Nascimento, o volume passou a ficar maior desde a quarta-feira, quando a população retirou todo o lixo de casa aguardando a coleta, que aconteceria na quinta. “Por aqui o caminhão também passa terça, quinta e sábado. Notamos que o número de cachorros de rua aumentou e, com isso, a sujeira também, pois eles catam as sacolas e as rasgam, espalhando o lixo pela rua. Enquanto cidadão, sinto que o meu dinheiro, que está nos impostos que eu pago, está sendo mal utilizado.”

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Mau cheiro

No Santa Cândida e no Santos Anjos, ambos na Zona Leste, e no Estrela Sul e no Santa Cecília, bairros da Zona Sul, o acúmulo de lixo também é preocupante. Wesley Rezende, proprietário de uma padaria localizada na Alameda Pássaros da Polônia, no Estrela Sul, relata que é comum encontrar lixo exposto na via, já que muitos animais procuram restos de comida nos detritos descartados nas proximidades. “Essa é a terceira vez que acontece esse problema, mas a coleta ocorre normalmente, na maioria das vezes, por volta das 20h. No entanto, já estamos há quatro dias sem coleta, inteirando o sexto dia de lixo acumulado. O cheiro fica, e o lixo é exposto e revirado. Acabo pedindo a funcionários da padaria para limpar a rua.”

Problema também incomodava vizinhança de praça no Bairro Santa Cândida (Foto: Leonardo Costa)

Apesar dos problemas, o comerciante reconhece que é uma situação complicada para todos os envolvidos. “O caminhão passa às terças, quintas e sábados, e acho que deveria passar mais dias, mas sei que é inviável. Tem restos de alimentos entre os dejetos e nós, comerciantes, não temos como alocar esses detritos por mais tempo dentro dos estabelecimentos.”

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Lixo ocupa toda a calçada em ponto de ônibus no Santa Cecília (Foto: Olavo Prazeres)

Na Rua Melo Franco, no Santa Cecília, a funcionária de um supermercado localizado ao lado de um ponto de ônibus, utilizado pela própria população como depósito de lixo até o momento da coleta, também reclama do mau cheiro. “O caminhão não passou na terça-feira, por causa do feriado, mas muitos moradores colocaram os lixos na rua mesmo assim. Mas nessa quinta também não houve coleta. O acúmulo próximo ao ponto de ônibus também atrapalha a passagem dos clientes. Estranhei a situação, pois, mesmo quando a coleta atrasa, no dia seguinte, o caminhão passa de manhã.” No entanto, até por volta das 16h desta sexta-feira, não tinha havido coleta nas proximidades.

Sinserpu aponta problemas com a frota de caminhões

O presidente do Sinserpu, Amarildo Romanazzi, informou que, pela manhã, apenas 11 dos 27 caminhões aptos para a coleta estavam rodando na cidade. Segundo ele, 16 estavam estragados. Segundo o sindicato, atualmente, o Demlurb dispõe de uma frota composta por 31 caminhões, sendo que, destes veículos, 22 são necessários, a cada turno, para o cumprimento da rota de recolhimento da coleta domiciliar. No ato realizado na última quinta, Amarildo destacou que os problemas na frota impactam na segurança dos servidores e na prestação do serviço, além de precarizar as condições de trabalho. Entretanto, o Demlurb rechaçou as ponderações, dizendo que “os caminhões somente são liberados para coleta quando atestados pela equipe técnica, que estão em boas condições de uso”.

Por meio de sua assessoria, o Demlurb refutou a informação. Segundo o órgão, na manhã desta sexta, 20 caminhões foram empenhados para realizar o serviço na cidade. Entretanto, informou que a pasta não alterou a programação das rotas de coleta de lixo e os bairros onde ela não foi realizada na quinta ainda serão atendidos. À tarde, outros 18 deram continuidade aos trabalhos. A expectativa para a noite desta sexta, segundo a assessoria, era de que 22 caminhões atuassem no recolhimento do lixo.

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Questionada sobre a ausência da coleta programada para esta quinta-feira em diversos pontos, o órgão disse se tratar de uma “questão pontual em consequência do feriado prolongado e aumento no volume de lixo recolhido”. Em nota, a assessoria afirmou que as regiões que sofreram atrasos teriam o serviço regularizado ainda nesta sexta.

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