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Terceirizados fazem manifestação no Centro

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Atualizada às 20h

Após partirem da Câmara Municipal, terceirizados chegaram ao prédio da PJF buscando serem atendidos por representantes do Executivo (Foto: Leonardo Costa)

Funcionários terceirizados da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) que atuam nas áreas de limpeza e portaria de unidades de saúde e do Cemitério Municipal se reuniram nesta terça-feira (17) em manifestação pelo pagamento do salário de dezembro e de outros benefícios que estariam atrasados há mais tempo por parte da empresa Mauro Botelho Silveira – MB Terceirizada.
Depois de percorrerem ruas centrais em passeata até a sede da Prefeitura e esperarem mais de uma hora na portaria, os trabalhadores foram recebidos pela secretária de Administração e Recursos Humanos (SARH), Andréia Goreske.

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Mas a reunião foi interrompida diante da exaltação dos ânimos. O encontro acabou sem conclusão, e a categoria decidiu aguardar pelo pagamento até esta quarta-feira (18).
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Juiz de Fora (Sinteac-JF), cerca de 400 funcionários estão passando dificuldades com o descumprimento por parte da MB Terceirizada. “Há um ano e meio, o FGTS não é depositado. Os salários e o tíquete atrasam constantemente. O pagamento que sairia até o quinto dia útil de janeiro não foi feito. O sindicato tem doado cesta básica para dez famílias. A atitude da empresa e da PJF é um desrespeito com o trabalhador”, disse o presidente Sérgio Félix.

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A mobilização nas ruas reuniu cerca de 70 trabalhadores em frente à Câmara Municipal. Munidos de cartazes e apitos, eles desceram o Calçadão da Rua Halfeld em direção à sede da PJF, na Avenida Brasil, pedindo a regularização dos direitos trabalhistas. A Polícia Militar acompanhou o deslocamento, que ocorreu sem transtornos. O protesto ficou tenso na chegada dos manifestantes no prédio da prefeitura. Ainda na portaria, houve discussão entre o subsecretário de Dinâmica Administrativa da Prefeitura, Orlandsmidt Riani, e Sérgio Félix.

A vereadora Sheila Oliveira (PTC) esteve no local para intermediar a situação. Após se reunir com representantes da SARH, ela informou aos trabalhadores que a PJF garantiu que a empresa realizaria o pagamento nesta quarta. Mesmo assim, a categoria continuou exigindo a presença da titular da SARH, Andréia Goreske. Após novo intermédio da vereadora, uma comissão formada pelos terceirizados foi recebida pela secretária. Na sala, os ânimos novamente se exaltaram entre Riani e Félix, que tiveram que ser contidos pela Guarda Municipal. A reunião foi encerrada sem definições. Caso o acerto não seja realizado nesta quarta, a categoria promete fazer uma nova manifestação na quinta-feira.

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Ministério: problema é reincidente

Há um ano, uma funcionária da MB Terceirizada, que preferiu não ser identificada, conta que enfrenta dificuldades. “Não tenho dinheiro para comprar pão para meus filhos. No mês passado, pedi dinheiro emprestado para comprar gás. A empresa conta com meu trabalho, mas eu não posso contar com o pagamento”, desabafou. Ex- funcionária da empresa, Adrilene Faier, diz que foi demitida sem receber vários direitos. “Não depositaram FGTS e não me pagaram indenização, tíquete, adicional de insalubridade e quatro coberturas de horário que eu fiz.” A Tribuna tentou contato com a empresa por telefone e site, mas não obteve retorno. A Prefeitura informou que o pagamento à empresa está rigorosamente em dia e que adotará as medidas administrativas cabíveis.

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O chefe do setor de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Sérgio Nagasawa, afirma que os problemas trabalhistas com a empresa MB Terceirizada são reincidentes. “Já fiscalizamos a empresa e encontramos todo tipo de irregularidade trabalhista. Não pagam FGTS, INSS, atrasam salários e benefícios. A empresa já foi autuada no ano passado, regularizou a situação por um tempo e voltou a dar problemas. A sede é fora do estado, o que complica mais ainda, mas o Ministério irá tomar uma atitude.” Ele afirma que nas reuniões, além do Sinteac e da empresa, também são chamados representantes da PJF. “A Prefeitura está ciente dos problemas frequentes. Como tomadora do serviço, ela tem responsabilidade subsidiária com o contrato.”

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