Atualizada às 15h21
Um dos três “Irmãos Metralha”, Alexandre Marcos Pereira Monteiro, 44 anos, o Nanim, teve sua prisão domiciliar revogada pela Justiça e foi preso na manhã desta quinta-feira (16) durante ação da Polícia Civil no Bairro Aeroporto, na Cidade Alta, em Juiz de Fora. Ele foi capturado mediante mandado de prisão preventiva expedido pelo novo juiz da Vara de Execuções Criminais, Daniel Réche Motta, e ainda foi flagrado com uma pistola Glock, de uso exclusivo das forças armadas e policiais, além de 27 munições calibre 9mm.
“Ele é um dos integrantes da quadrilha dos ‘Irmãos Metralha’, conhecido como Nanim. Já tinha uma condenação de 12 anos por tentativa de homicídio contra policiais militares, lá no Bairro São Benedito (Zona Leste), e estava cumprindo a pena em regime domiciliar. No final da tarde de ontem (quarta-feira), o Doutor Daniel decretou a prisão preventiva dele. Nós já estávamos sabendo da notícia, aguardando a decretação dessa prisão e monitorando o paradeiro dele. Nessa madrugada, conseguimos localizá-lo, e ele foi preso na residência dele, no Bairro Aeroporto. Lá foi encontrada uma pistola Glock, com munições”, explicou a delegada regional, Sheila Oliveira. Após a prisão, Nanim foi conduzido para a Delegacia Especializada de Homicídios, no Bairro de Lourdes, onde estava acompanhado de um advogado e depois ele foi encaminhado para o Ceresp.
A Tribuna já havia publicado que cerca de cem prisões domiciliares, das 800 concedidas nos últimos anos pelo juiz Amaury de Lima e Souza, foram revogadas pelo novo titular da Vara de Execuções Criminais. O magistrado assumiu a vara em 26 de junho após Amaury ser preso em investigação da Polícia Federal sob suspeita de vender sentenças para beneficiar traficantes. Na ocasião, Daniel Réche explicou que as decisões foram motivadas por situações nas quais o beneficiado pela domiciliar cometeu algum delito durante o cumprimento da medida, ou em que a concessão do benefício foi considerada inadequada.
Ao lado dos irmãos, Nanim já foi apontado pela Polícia Federal como um dos principais traficantes da cidade. No final de 2008, o órgão batizou uma manobra conjunta com a Polícia Militar de “Operação Metralha” e prendeu cerca de 15 pessoas, incluindo o trio de irmãos e parentes deles, mas a maioria conseguiu deixar as unidades prisionais mediante decisões judiciais. Na época, o grupo, com base no São Benedito, já demonstrava seu poderio econômico. Enquanto os líderes viviam em residências confortáveis, em áreas nobres, a polícia descobriu um laboratório de refino de cocaína no bairro sede, onde foi encontrada uma metralhadora municiada, e apreendeu mais de 20kg de drogas e R$ 80 mil em dinheiro.