Moscou (AE) – O primeiro resultado mais surpreendente da Copa do Mundo da Rússia ocorreu no jogo da Argentina. A bicampeã do mundo, liderada por Lionel Messi, não conseguiu superar a estreante Islândia e apenas empatou por 1 a 1 no Spartak Stadium, em Moscou. Sob o olhar de Diego Maradona, que estava nas tribunas, Messi perdeu um pênalti, que foi defendido pelo goleiro Halldorsson, o nome do jogo.
No final da partida, os jogadores da Islândia comemoraram o feito histórico e foram saudar a pequena torcida no estádio do Spartak com o canto tradicional, que virou mania durante a Eurocopa de 2016. Messi saiu cabisbaixo. Nas arquibancadas, os argentinos colocavam as mãos na cabeça, incrédulos com o resultado histórico. A Islândia parou a Argentina. O desenho tático definido antes de a partida começar – a Islândia fechada esperando os contra-ataques enquanto a Argentina martelava em busca do gol – foi amplamente confirmado. Mas os argentinos não imaginaram que fossem sofrer tão cedo. Foram duas grandes chances em seguida dos islandeses: a melhor delas com o Bjarnason, que finalizou mal, frente a frente com Caballero. Silêncio no estádio, que era dominado pelos argentinos.
A Argentina teve muitas dificuldades para criar. Di María, que deveria ser ajudante de Messi, teve atuação apagada. Assim coube ao astro carimbar todas as jogadas. Bem marcado, nem sempre conseguiu fazer o time andar. Tímidos e mais preocupados em atuar defensivamente, os laterais ficam devendo uma opção de ataque pelos lados do campo. Até as duas chances seguidas do rival, os argentinos só haviam tido uma boa chance com uma falta cobrada por Lionel Messi. A bola passou rasteira, raspando a trave. Muito pouco para uma equipe que se apresentaria para mostrar que é uma potência futebolística, como afirmou o técnico Jorge Sampaoli na entrevista coletiva na véspera da partida. Os problemas argentinos eram recorrentes: lentidão na troca de passes, o que facilita a marcação adversária, e a notória dependência do camisa 10. A fragilidade da defesa já se tornou uma característica marcante nos últimos anos.
A Islândia reeditava as grandes atuações da Eurocopa quando chegou às quartas de final. Não é mais uma surpresa. Bem organizada, eficiente na troca de passes e veloz nos contra-ataques, o time europeu equilibrou o jogo. Nem se importou em abrir mão da posse de bola: deu 70 passes contra 330 da Argentina. O time sul-americano teve 74% de posse, mas foi pouco efetivo.