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Família cobra justiça em caso de morte em Bicas

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A família do vendedor de sapatos Célio Nunes de Oliveira, 41 anos, assassinado a tiros durante uma abordagem policial em Bicas, em maio de 2012, se mobiliza mais uma vez para pedir justiça para o caso. Na próxima terça-feira (21), o sargento indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, será interrogado no Fórum de Bicas. O irmão do vendedor, Wellington César de Oliveira, disse que ele e mais familiares, que moram em Franca (SP), irão a Bicas acompanhar esta etapa. O próximo passo será a marcação da data do júri do policial. “Só queremos que a justiça seja feita. Quatro anos após o crime, o policial está solto e meu irmão morto. O que nos resta são lembranças e uma dor no peito que vem de vez em quando, como se o tiro no peito fosse em cada um de nós que ama o Célio.”

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De acordo com Wellington, amigos e parentes de Célio também estão compartilhando, nas redes sociais, vídeos chamando atenção para a demora na resolução do caso, questionando a forma como ocorreu o crime e falando da trajetória de vida da vítima. O vendedor foi assassinado por um sargento da Polícia Militar em Bicas, há 45 quilômetros de Juiz de Fora. Na época do crime, a Polícia Militar alegou que Célio reagiu a uma abordagem policial e teria sacado um revólver calibre 22, momento em que foi alvejado. A bala atingiu o tórax da vítima, que chegou a ser levada pela guarnição a uma unidade hospitalar, mas não resistiu e morreu. O PM foi preso em flagrante, porém, acabou solto oito dias depois.

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Em buscas de vestígios que pudessem provar que houve abuso por parte dos policiais que estavam na ocorrência, a família de Célio recuperou as imagens do circuito interno do hospital para onde o vendedor foi levado. Nas imagens, a vítima chega à unidade na caçamba de uma viatura com a sirene desligada. Para a família, um indício de que os militares não tiveram intenção de socorrer Célio, mas sim desfazer a cena do crime. “Ele foi deixado dependurado, como podem querer socorrer alguém assim? Para mim, queriam que ele fosse enterrado como indigente, não deixaram os documentos dele, e o pessoal do hospital teve que ir atrás da PM para conseguir informação sobre meu irmão”, disse Wellington César. O irmão ainda afirma que a família só foi comunicada da morte cerca de 12 horas depois.

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