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Mulher é presa por injúria racial após chamar vizinhos de ‘macacos’ e dizer que vai ‘matar um por um’

Homem é preso acusado de espancar a mãe até a morte

(Foto: Felipe Couri)

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Uma mulher foi presa por injúria racial após chamar vizinhos negros de “macacos” e dizer que bairro onde moram, o Bom Pastor, na Zona Sul de Juiz de Fora, não era lugar de “preto que come lixo” morar. O caso aconteceu na noite de domingo (14), quando um casal começou a ser agredido verbalmente pela vizinha, de 53 anos, na Rua Doutor José Batista de Oliveira. De acordo com o relato das vítimas, um homem de 26 e uma mulher de 24, não foi a primeira vez que ela proferiu ataques desse tipo, e a acusada teria, inclusive, feito ameaças contra a integridade física dos dois. A Polícia Militar foi chamada ao local e encaminhou a mulher até a delegacia. A família da suspeita afirmou, na ocasião, que ela estava em um surto psicótico – o que não foi confirmado após uma avaliação do Samu.

Na ocasião, de acordo com o boletim de ocorrência policial, a mulher ainda proferiu ataques diretos, afirmando que ia “matar um por um” e que quer “dar um tapa na cara de cada um”. Ela teria, ainda, afirmado que o prédio e o bairro não são lugares para “pessoas como eles”, “pretos e favelados”, e que teriam se mudado para o local para “implicar com ela”. A vítima de sexo feminino também foi chamada de “vagabunda” pela mulher. Após a chegada da Polícia Militar, uma das vítimas conseguiu gravar em áudio parte dessas agressões.

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Samu foi acionado e concluiu que a mulher estava embriagada

Quando a Polícia Militar compareceu ao local, o esposo da mulher que estaria proferindo os ataques afirmou que ela entrou em surto psicótico após “vizinhos ficarem escutando música em volume muito alto”. Também foi registrado pelos militares que a suspeita estava “extremamente exaltada”, trêmula e repetindo os mesmos xingamentos citados acima. Ela evitou o contato com os militares.

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Em seguida, o Samu foi acionado para atender o caso e os plantonistas verificaram que ela estava sob o efeito de álcool, inclusive pelo fato de que estava andando cambaleante e com forte hálito. Durante a conversa com o enfermeiro, ela chegou a afirmar que havia misturado álcool e um medicamento de tarja preta. Por isso, foi descartado o surto psicótico e foi confirmado que, de fato, ela estava em estado de embriaguez, e por isso não cabia a remoção para uma unidade de saúde. 

Os militares, então, deram voz de prisão pelos crimes de injúria racial, injúria e ameaça. Também foi registrado pelos policiais que a suspeita voltou a se exaltar quando teve que aguardar na cela.

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Reportagem conversou com vítimas de injúria racial

A reportagem da Tribuna conversou com o casal que denunciou os ataques. Felipe de Souza Alves, de 26 anos, ambulante e catador de material reciclável, e Fernanda Marina da Silva Santos, de 24 anos, atendente de comércio e estudante, contaram que já tinham lidado com ataques do tipo anteriormente. De acordo com o jovem, seus pais moravam no mesmo apartamento antes, e se mudaram do local devido aos xingamentos racistas que recebia da vizinha. É uma situação recorrente, constante, aleatória. As ofensas vêm sempre por parte dessa senhora. São vários tipos de insultos bárbaros, como ‘ali não é lugar de preto’, ‘tem macaco no andar de baixo’, ‘favelados’, e declarações de que somos ‘o lixo da história’. Fora as ameaças contra a nossa integridade física e moral”, conta ele.

Felipe também afirma que a mulher se exalta ainda mais quando eles escutam samba e faz ataques relacionados à intolerância religiosa. O que encontraram como saída da situação foi buscar a lei e informações. “Não podemos tolerar, temos que enfrentar de cabeça erguida”, explica. 

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Ele ainda ressalta que, diferentemente dos pais, não pensa em se mudar do local por conta dos ataques, mas buscar que a justiça seja feita. Ele afirma que tanto ele quanto a esposa vieram de “origens simples e de comunidade”, e que arcam com os custos do apartamento, que é alugado. “É uma conquista para a gente. Não temos vergonha nenhuma”, diz.

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