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Mãe e filha são suspeitas de manter parente idosa em cárcere privado

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Um homem de 24 anos foi preso em flagrante por manter a esposa, 18, e o filho do casal, de 1 ano, trancados dentro de casa. A Polícia Militar foi acionada na noite de terça-feira (12) pela mãe da mulher, 44, após ela não conseguir contato com a jovem e o neto na residência do Bairro Santa Rita, na Zona Leste de Juiz de Fora. Em pleno Mês da Mulher, esse foi o segundo caso de violência doméstica por cárcere privado registrado esta semana na mesma região. Ambos os crimes também chamaram a atenção por envolverem casais jovens.

No episódio mais recente, o suspeito chegou a abrir o portão para a companheira sair, diante da presença da equipe policial no endereço. No entanto, ela já havia cortado a mão no vidro de uma das janelas ao tentar escapar. Mesmo com a libertação dela, a polícia precisou interceder para que o homem também entregasse a criança, pois ele teria se mantido trancado com o menino, afirmando que não iria deixar o filho aos cuidados da mãe.
A jovem contou à PM que havia se desentendido com o marido por ter descoberto um relacionamento amoroso extraconjugal. Por causa da suposta traição, ela resolveu sair de casa e retornar para a residência dos pais, mas foi impedida pelo companheiro de deixar o imóvel, sendo trancada no interior do mesmo. A vítima acrescentou que o homem estava com o comportamento agressivo.

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Ainda segundo informações do boletim de ocorrência, após muita “parlamentação”, visando a integridade física da criança mantida trancada, os militares conseguiram convencer o suspeito a abrir a porta. O menino foi entregue à mãe, e o pai foi algemado, recebendo voz de prisão em flagrante. Ele foi levado para a 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. Apesar do ferimento, a mulher não desejou ser conduzida para atendimento médico. Na tarde desta quarta-feira, a assessoria da Polícia Civil informou que a vítima foi ouvida, e a ocorrência foi encaminhada à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. O suspeito foi liberado.

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Cárcere em barraco

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher já investiga o caso da adolescente de 17 anos que foi mantida em cárcere privado no último fim de semana em um barraco nos fundos de uma casa, também localizada na Zona Leste. O ex-namorado da jovem e suspeito do crime, da mesma idade, foi apreendido em flagrante pelo ato infracional e está acautelado no Centro Socioeducativo. Ele não teria aceitado o fim do relacionamento.

A delegada Ione Barbosa informou nesta quarta-feira já ter obtido o depoimento da vítima, da mãe dela e de mais uma testemunha que não estava nos autos. “Também recolhi um vídeo envolvendo o casal e encaminhei para a perícia.” Por enquanto, o adolescente deve responder pelos atos infracionais análogos a lesão corporal, cárcere privado e ameaça, este último em relação à jovem e à mãe dela.”

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A adolescente estava desaparecida desde sexta-feira, quando saiu de casa para ir até uma igreja. Na volta, ela teria sido abordada pelo suspeito em um escadão e forçada a seguir com ele, diante da ameaça de que ele mataria a mãe dela. A jovem foi puxada pelos braços e arrastada até a residência dele, onde foi constrangida, sofrendo violência física e psicológica.

Assim como no caso de terça, a PM foi acionada no sábado pela própria mãe da vítima. Ao ser apreendido e levado para o plantão da 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha, o suspeito se reservou ao direito de permanecer em silêncio e só falar em juízo. Ele ainda pode ser ouvido no procedimento instaurado pela Polícia Civil, e o mesmo deverá ser remetido à Vara da Infância e Juventude.

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Relacionamento abusivo

Conforme Ione, o casal de adolescentes namorou durante dois meses e morou junto por outros seis, totalizando oito meses de relacionamento. Segundo ela, a jovem era coagida e praticamente proibida de ter contato com a própria família. “Ele tinha um ciúme muito grande e sentimento de propriedade em relação a ela. A vítima não aguentava mais e, quando rompeu, ele a agrediu. Depois a obrigou a ir até a casa dele e a manteve em cárcere uma noite inteira”, enfatizou.

Enquanto esteve no cativeiro, a adolescente foi tratada em péssimas condições, sem direito a alimentação ou higiene pessoal. Ela teria aproveitado um momento de distração do rapaz para conseguir ligar para um familiar e pedir socorro. A vítima sofreu diversos hematomas pelo corpo e foi encaminhada para um médico legista, para exame de corpo delito, confirmando as lesões.

Diante de casos tão semelhantes, a delegada orienta a sempre procurar a polícia o mais rapidamente possível quando for detectado um relacionamento abusivo, “para que não evolua para uma agressão ou cárcere”, por exemplo. “O ideal é a vítima comparecer, mas a representante também pode ir até a delegacia e expor a situação. Podemos mandar ao local uma equipe de investigadores para averiguar. Talvez a gente consiga orientar a vítima a requerer medida protetiva ou tirá-la daquela situação.”

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