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Hábitos mais restritivos são necessários para evitar infecção pela Ômicron

Crianças também são atingidas pela Ômicron, evidenciamento necessidade de vacinação deste público

Cuidados devem ser redobrados no momento em que variante Ômicron avança no país e atinge, inclusive, crianças

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Em um momento em que o número de casos de Covid-19 vem aumentando em Juiz de Fora e no país, inclusive batendo recordes de casos em 24 horas no estado, as medidas de prevenção ao contágio pelo coronavírus são essenciais para prevenir a contaminação. Especialistas apontam que o avanço da vacinação e a diminuição do número de casos graves levaram a população a relaxar em relação às medidas, como uso de máscaras e higiene das mãos, mas alertam que é preciso intensificar os cuidados e evitar a exposição ao contágio, principalmente por conta da variante Ômicron, que apesar de ser aparentemente menos letal, tem uma capacidade de transmissão muito maior que a variante Delta.

Diminuição do número de casos graves leva opulação a relaxar em relação às medidas, como a higiene das mãos (Foto: Fernando Priamo)

Especialmente após as festividades de fim de ano, o número de confirmações da doença vem aumentando. A situação vista no país segue uma tendência mundial, já que nesta semana, 3,6 milhões de casos de Covid-19 foram registrados em apenas um dia, batendo um recorde em toda a pandemia. O mesmo aconteceu em Minas Gerais: 18.910 contaminações foram confirmadas entre quinta e esta sexta-feira (14), o maior número desde março de 2020, aumentando a preocupação com os índices de transmissão do coronavírus.

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Para o infectologista Mário Novaes, os números apontam para um cenário de apreensão, e é necessário que a população volte a adotar hábitos mais restritivos para diminuir o contágio nesta nova onda de casos de Covid-19. “Se você não quiser que o cenário piore, você tem que fazer o possível para evitar um possível contágio e transmissão. Agora é a hora de voltar com o hábitos mais restritivos, com certeza”, adverte o médico.

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Além disso, Novaes lembra ser fundamental a vacinação contra a Covid-19. “A primeira coisa que a população deve fazer é se vacinar e ir tomar todas as doses que estão disponíveis. É importante que as crianças também sejam vacinadas, porque elas também podem se contaminar e transmitir. Não há nenhum efeito adverso mais grave em crianças do que em adultos, mas é preciso que todos se vacinem”, destaca.

Máscara deve cobrir nariz e boca; N95 é a mais indicada

Apesar de o uso de máscaras ainda ser obrigatório e determinado por decreto municipal, parte da população não faz mais uso do item ou o utiliza de forma totalmente inadequada. Nas ruas, é possível observar aqueles que a colocam somente no queixo, ou, ainda, somente sobre a boca, deixando o nariz exposto à contaminação.

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De acordo com o infectologista Mário Novaes, o equipamento de proteção ainda é fundamental para a proteção individual e deve ser utilizado em todos os ambientes. “O uso de máscara pela população é uma importante e eficaz medida para evitar a propagação do vírus. De preferência, quem puder comprar, que use a N95 (PFF2), em todos os locais, porque ela protege mais contra a variante Ômicron em relação aos demais modelos. Para se ter uma ideia, a variante Ômicron tem uma capacidade de propagação de seis a oito vezes maios que a capacidade de propagação da Delta”.

A máscara também deve ser usada de maneira adequada: cobrindo toda a região inferior do rosto, principalmente boca e nariz, e suas extremidades devem estar bem vedadas. A transmissão do coronavírus ocorre principalmente e facilmente por via respiratória facilmente transmitida de uma pessoa para outra. Portanto, é fundamental usar máscara, principalmente quando há contato próximo com outra pessoa. O médico lembra que o uso do item é uma medida de proteção individual e coletiva. “Devemos nos cuidar e também proteger o outro”.

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Encontros devem ser evitados

Apesar do relaxamento do isolamento social, possibilitado pela vacinação da população, neste momento de maior transmissão, a orientação é para que se evite contatos desnecessários. “O que faz aumentar a transmissão da Covid-19 é aglomeração. Então, ela deve ser evitada”, enfatiza o médico, que é categórico ao dizer que precisamos sair de casa somente para o necessário. Na avaliação dele, encontros com amigos e reuniões em bares e festas são totalmente dispensáveis neste momento. “Nessas horas em que há maior relaxamento, ninguém vai para bar e fica de máscara. É preciso que a gente seja sensato. Se a pessoa não quer que o cenário piore, ela vai sair somente para o necessário”, reitera.

Mesmo reuniões familiares, que envolvam parentes para além do núcleo familiar, na opinião do médico, devem ser evitadas. “A transmissão ocorre nesses pequenos encontros. O número de casos está crescendo agora por conta das festas de fim de ano e dos encontros, a maioria, de família. E hoje você vê várias pessoas da mesma família infectadas. Ou seja, é preciso que esses encontros parem de acontecer, pelo menos por agora. Quanto mais a pessoa se reserva, melhor”.

O médico ainda lembra que se sair for inevitável, as pessoas devem tentar manter distância umas das outras, outra medida fundamental para diminuir o contato respiratório entre elas.

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Assintomáticos transmitem

Diferente do que parte da população acredita, pacientes que estão com a Covid-19 mas não apresentam sintomas, os chamados assintomáticos, também transmitem o vírus. O risco, nesses casos, é que quem não manifesta sintomas tem mais probabilidade de sair sem máscara e sem tomar cuidado, achando, erroneamente, que não transmite o vírus. Portanto, é preciso que os cuidados sejam redobrados, como lembra o especialista. Ele cita que as vacinas têm se provado eficazes na diminuição de casos graves, mas não é possível arriscar, já que boa parte da população ainda não completou o esquema vacinal e está mais vulnerável ao vírus, assim como também têm aumentado os registros de reinfecção (mesmo em pessoas com as três doses da vacina contra a Covid-19). Além disso, a maior circulação do vírus, conforme lembra, pode acabar originando novas variantes do coronavírus. Os pacientes assintomáticos, assim como aqueles que apresentam sintomas, também devem fazer o isolamento domiciliar.

Aferir a temperatura na entrada de estabelecimentos pode ser importante

Para o médico infectologista Mário Novaes, além de medidas restritivas, a retomada de determinados protocolos podem ser importantes para diminuir a transmissão da Covid-19. Um deles é aferir a temperatura das pessoas na entrada de estabelecimentos. Atualmente, essa medida não é mais obrigatória em Juiz de Fora, conforme o Juiz de Fora Viva, programa municipal que estabelece regras e protocolos para o enfrentamento à pandemia. Entretanto, na opinião de Novaes, deveria voltar a ser.

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“A variante Ômicron tem se manifestado com muita febre baixa. Então, deveriam medir a temperatura na entrada dos locais. Isso pode ajudar a evitar a proliferação da Covid-19, porque se a pessoa tiver com febre, a entrada dela não vai permitida. Então eu acho que isso pode sim ajudar”, avalia.

Outro protocolo que o infectologista aponta como necessário é a do “passaporte de vacinação”. Para o médico, a medida também é importante para evitar que pessoas totalmente desprotegidas circulem ainda mais pela cidade e coloquem a si mesmas e a demais pessoas em risco.

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