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Infestação de caramujos preocupa moradores em JF

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Foto: Gabriel Silva
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Moradores do Bairro Ipiranga, na Zona Sul de Juiz de Fora, estão convivendo com intensificação da presença de caramujos africanos na região. O aparecimento em larga escala dos animais foi verificado ao longo dos últimos meses e causa receio pela possibilidade de transmitir doenças no contato com humanos. O período propício para animais é preocupação também da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, que alerta a população para cuidados especiais no combate à praga.

Em diversos pontos da Rua Olívia Moreira, no Bairro Ipiranga, é possível notar caramujos africanos nas paredes das residências ou no solo, em pontos mais escondidos. Quem mora na região afirma ser comum a presença do animal em diversos períodos do ano, mas o aparecimento tem sido mais frequente atualmente. “Agora está ficando maior (a presença dos caramujos), por conta da chuva e do calor. Tem aparecido bastante”, lamenta Patrícia Silva, moradora há 40 anos do bairro, que utiliza sal para eliminar o animal.

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O problema é compartilhado pela vizinhança. Na casa ao lado, Ângela Maria Cosme também aprende a conviver com os animais. Vizinha de Patrícia há 13 anos, Ângela tem preocupação aumentada pelo temor de que o filho, 10 anos, tenha contato físico com os caramujos. “A gente não consegue dar conta, porque, às vezes, você mata um e aparecem outros dois. Eu acho que precisaria ter alguma coisa para combater e acabar de vez”, sugere a moradora, que admitiu não saber de nenhum pedido de intervenção feito pela vizinhança junto à PJF.

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Eliminação

O Departamento de Zoonoses da Secretaria de Saúde contabilizou três notificações realizadas por moradores da cidade sobre o aparecimento dos caramujos em área urbana. Por esta razão, organizou uma série de recomendações. Entre elas, destaca-se não consumir nem tocar no animal, buscando higienização imediata com água e sabão em caso de contato; e deixar de molho frutas e legumes por 30 minutos, dentro de uma bacia com uma colher de água sanitária e um litro de água.

Já para a eliminação correta, o indivíduo deverá proceder da seguinte maneira: com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos, coloque os animais dentro de um balde ou latão. Em seguida, acrescente um litro de água sanitária e três litros de água. Em 30 minutos os animais morrerão. Basta jogar a água fora, introduzir os caramujos em um saco plástico e eliminá-los na coleta de lixo normalmente.

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A pasta também destaca que os ovos dos moluscos devem ser eliminados, e alerta que não é indicado matar o animal com sal, pois desta forma o terreno fica inutilizado para a agricultura. Esclareceu, ainda, que a eliminação é simples e as orientações podem ser fornecidas através do telefone 3690-7030. Caso o morador não obtenha êxito, os agentes são acionados. “É importante ressaltar que o problema afeta todo o município, principalmente ambientes com lixo e mato alto”, afirmou, por nota, a Secretaria de Saúde.

Caramujos contribuem para renovação do solo, diz especialista

A professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (ICB/UFJF) Sthefane D’ávila esclareceu que a maior parte dos caramujos encontrados em áreas urbanas não são nocivos às pessoas, se limitando a causar danos às plantações. Alguns desses animais até mesmo oferecem contribuição benéfica para a renovação do solo, de acordo com a pesquisadora. “Nesse sentido, ao se realizar qualquer iniciativa de controle de caramujos terrestres, é muito importante saber diferenciar as espécies que são pragas e as que não causam nenhum prejuízo ao homem”, destaca.

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O caramujo africano, espécie presente no Bairro Ipiranga e que geralmente mais se prolifera no perímetro urbano, é mais encontrado em terrenos baldios e em locais de descarte irregular de lixo doméstico, sobretudo em ambientes úmidos e sombreados. O molusco pode ser hospedeiro dos vermes Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase, e Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite. “As pessoas podem se infectar ao ingerir vegetais não higienizados, contendo larvas microscópicas desse parasito. Ao se locomover sobre os vegetais, o caramujo libera um muco que pode conter as larvas dos parasitos”, explica Stephane. Dessa forma, a higienização pessoal e dos vegetais antes do consumo é fundamental para evitar a contaminação.

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