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Paciente que aguardava cirurgia em um joelho tem os dois operados

cirurgia errada joelho
Após constatar o fato, a equipe médica teria encaminhado a paciente para operar o joelho lesionado (Foto: Ulisses Junior)
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Uma paciente alega ter passado por uma cirurgia em que teve o joelho direito operado no lugar do esquerdo. A situação aconteceu no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF). De acordo com Tânia Aparecida de Almeida Gonçalves, prima da paciente, Maria Aparecida Bitencourt Valle, de 49 anos, foi internada nesta terça-feira (15) na unidade localizada no Bairro Santa Catarina para passar pela intervenção devido a uma lesão no menisco esquerdo. No entanto, o joelho operado foi o direito. Após constatar o fato, a equipe médica teria encaminhado a paciente para operar o joelho lesionado.

“A cirurgia aconteceu no início da tarde. Recebemos um telefonema com a informação de que tudo tinha corrido bem. À noite fomos visitá-la e descobrimos que ela ainda estava em cirurgia. Fomos entender só mais tarde que ela tinha passado por duas cirurgias, uma em cada joelho”, contou Tânia.

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A Tribuna conversou com a prima da paciente, que teve alta nesta quarta e ainda estava em repouso. Segundo ela, os exames de raio-x e ressonância apresentados eram todos do joelho lesionado. “Como vão operar sem verificar os exames? Tentaram convencê-la (Maria) de que a cirurgia no joelho direito também foi necessária porque ele também estava lesionado. Mas não havia nenhum exame ou diagnóstico que comprovasse (a necessidade de intervenção no joelho direito)”, pontuou.

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Procurada pela Tribuna, a instituição se posicionou por meio de nota e comunicou que está apurando o ocorrido e que instaurou um processo de análise preliminar, “a fim de analisar os procedimentos realizados e tomar as providências cabíveis”. Além disso, a unidade informou que pacientes atendidos no hospital têm, à disposição, uma equipe multiprofissional para acompanhamento após as cirurgias, quando necessário. A UFJF informou que oficiou a superintendência do HU, que é gerido pela Empresa Brasielira de Serviços Hospitalares (Ebserh), na tarde desta quarta, visando à apuração rigorosa da denúncia de suposto erro médico na unidade.

Família vai tomar providências

Conforme Tânia, a família de Maria já começou a tomar providências e deve deve dar entrada aos procedimentos necessários nos próximos dias. Segundo ela, a paciente tem uma advogada que já acompanhava o imbróglio para a cirurgia. “Nossa advogada está orientando. Há meses minha prima aguardava na fila para passar pelo procedimento. E nesse tempo teve a cirurgia remarcada cinco vezes e, em algumas, ela já tinha sido internada”, relatou. A família pretende entrar com ação judicial contra o hospital e tomar todas as medidas cabíveis.

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De acordo com a ouvidora de saúde Samantha Borchear, o fato ainda não havia sido notificado à ouvidoria até a tarde desta quarta, procedimento que deve ser seguido em casos como este. “A família tem que abrir notificação com a Ouvidoria de Saúde, para que o órgão possa verificar, abrir uma sindicância e tomar medidas pertinentes. Em casos assim, cabe responsabilização do hospital”, orientou. Samantha, entretanto, afirmou que não há notificações recentes oficializadas a respeito de casos como este.

O delegado do Conselho Regional de Medicina (CRM), José Nalon, disse à Tribuna que o conselho também não havia sido oficialmente notificado sobre a situação. Mas, em casos como o de Maria Aparecida, uma manifestação formal deve ser feita, documentada, com cópia do prontuário médico – que deve ser solicitado ao hospital -, e encaminhada à Delegacia do Conselho. “A partir desse momento, tomamos conhecimento formal e iniciamos as providências”, pontuou.

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A Tribuna entrou em contato com a Secretaria de Saúde (PJF), mas a pasta preferiu não se posicionar sobre o caso.

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