Nove dos 28 médicos do programa “Mais Médicos”, do Governo federal, que atuam na atenção primária em Juiz de Fora estão de férias desde a última segunda-feira. A situação causou insatisfação por parte dos usuários, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Gilson Salomão. “Chegou até nós a informação de que várias reclamações estavam sendo registradas na Ouvidoria de Saúde, devido à ausência dos profissionais. Questionamos o porquê de estarem saindo de férias ao mesmo tempo”, disse. A maioria dos médicos ausentes, que trabalham na cidade desde março do ano passado, é de Cuba. Eles foram para seu país e retornam no dia 12 de fevereiro.
De acordo com Salomão, o afastamento simultâneo dos profissionais compromete o atendimento na área. “Era comum termos problemas de desassistência em todo final e início de ano, por causa das férias de alguns médicos. Achávamos que, com a chegada daqueles do programa, esta situação estaria resolvida. Outra coisa que nos chama atenção é o fato de eles não terem cumprido nem ao menos um ano de trabalho. Normalmente, o praxe é que o profissional tire férias apenas depois dos 12 meses de serviço. Nos preocupamos ainda com as próximas saídas, já que provavelmente outros tirarão férias no mês que vem”, ressaltou.
Conforme o subsecretário em Atenção Primária em Saúde, Thiago Horta, a informação das férias foi repassada pelo Ministério da Saúde à Prefeitura no início de dezembro do ano passado. “Nossa primeira atitude foi negociar com o ministério e com os próprios profissionais para que todos não saíssem ao mesmo tempo, o que conseguimos. Ainda em dezembro, solicitamos a abertura de um processo simplificado para contratação de novos médicos. Como o trâmite demora cerca de 40 dias, o processo foi concluído ontem (quinta), e já estamos providenciando a substituição temporária. Tivemos dificuldade porque janeiro é um período típico de férias.” Entretanto, Horta não soube precisar quantos serão substituídos, informação que será confirmada apenas na próxima segunda-feira.
As unidades de atenção primária à saúde (Uaps) que estão sem os profissionais são as dos bairros: Santa Cruz, Jóquei Clube I, Jóquei Clube II, Milho Branco, Progresso, Industrial, São Judas Tadeu, Monte Castelo e Nova Era. Ainda de acordo com o subsecretário, em todos os locais, há pelo menos um médico atuando. “Nenhuma unidade ficou sem atendimento. Negociamos para que um atendesse, em caráter provisório, os pacientes daqueles de férias. A recomendação da Secretaria de Saúde é que eles deem prioridade aos casos mais urgentes.” Já para as próximas férias, que serão em março, a situação já está regularizada, segundo Horta. “Conseguimos distribuir as folgas por um período maior, para que não haja problema.”