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Professores reclamam de diário escolar digital

reuniao capa marcelo

(Foto: Marcelo Ribeiro)

reuniao marcelo
(Foto: Marcelo Ribeiro)
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O ano escolar termina com os professores da rede estadual enfrentando problemas para registrar notas e presenças de alunos no diário escolar digital. O sistema foi implantado em março deste ano, mas, desde então, profissionais da educação relatam que tiveram dificuldades para o uso relacionadas à falta de estrutura nos colégios e ao trato com o próprio programa, que teria apresentado lentidão e mau funcionamento. Diante da situação, uma reunião foi realizada em Juiz de Fora na última quinta-feira (14), envolvendo representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Superintendência Regional de Ensino (SRE), diretores de escolas e professores. A orientação recebida, que deve acalmar os ânimos, é de que o registro em meio digital é opcional.

A base para essa conclusão é a resolução número 2131 de julho de 2012. O documento diz, no parágrafo único do primeiro artigo, que “o professor poderá por opção, manter esses registros no formato utilizado pela escola, conforme formulários oficiais”. De acordo com o diretor do Sind-UTE, Givanildo Guimarães Reis, ainda não há norma que exija que o professor faça o registro digital dos dados. “Para que esse sistema funcionasse bem, seria necessário ter pelo menos um computador com acesso à internet em cada sala, para que o docente faça a chamada e lance os demais dados. Diante da negativa de alguns em utilizar seus próprios celulares e computadores, já que em algumas escolas há três, quatro máquinas para todos os trabalhadores, eles foram pressionados a assinar um documento, dizendo que não fariam o registro on-line.” Enquanto alguns professores aderiram ao novo método, outros resistiram e continuam usando o diário de papel.

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Integrantes do Sind-UTE, da subsede de Juiz de Fora, cobraram da central sindical um posicionamento e sugeriram um boicote ao novo sistema, mas houve discordância, e a proposta não foi aceita. “A cobrança da execução em meio digital é absurda. Os inspetores orientavam que tudo fosse passado para a plataforma. A Superintendência confirmou que o sistema, até o momento, é opcional e que não corrobora com o assédio”, pontuou Givanildo. Mas os professores relataram situações em que foram constrangidos a atualizar a plataforma. Disseram que ficaram além das horas que deveriam cumprir normalmente para lançar dados, algo que atualmente seria entendido como atribuição do profissional que atua na secretaria. Em outros casos, os professores receberam ameaças em avaliações de desempenho, por entregar as informações no papel, por conta de outros problemas.

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Sindicato diz não ser contra tecnologia, mas critica falta de estrutura

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) orientou os professores a não aceitarem assédios e ameaças. “É preciso enfrentar e dialogar, porque não há embasamento legal para essas cobranças. Não podemos aceitar uma imposição autoritária. É importante lembrar que não somos contra a tecnologia. Todos preferimos o registro já em ambiente virtual, mas queremos que seja feito com estrutura e boas condições. Se o Governo quer cobrar, precisa dar os instrumentos. É a mesma coisa de pedir a um gari para fazer a limpeza e não dar para ele a vassoura”, exemplificou Victória Mello coordenadora do Sind-UTE.

Além de Juiz de Fora, outros municípios da região também sentem o problema. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (SEE) informou que, por conta do grande número de acessos e lançamentos do fim do ano letivo, o diário escolar digital está apresentado lentidão e inconsistências. “Eventuais problemas estão sendo atendidos pela equipe técnica da SEE e da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), pontualmente, para garantir o pleno funcionamento da plataforma em todo o Estado.” Ainda de acordo com a Secretaria, a plataforma tem 134.250 usuários, entre professores da rede estadual e especialistas.

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A SEE afirmou que estão previstas melhorias para o sistema no ano que vem, além da disponibilização de perfil para os estudantes/responsáveis e da opção de compartilhamento de materiais pelo professor e comunicados para uso interno das escolas; dentre outros serviços. O contrato da SEE com a Prodemge tem valor de R$ 6,5 milhões e engloba várias tecnologias de informação, além do diário escolar digital.

 

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