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Mais de 11 mil consumidores ficaram sem energia por causa de queimadas em Juiz de Fora

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O número de consumidores que tiveram o fornecimento de energia interrompido por causa de queimadas em Juiz de Fora neste ano, no período de janeiro a agosto, foi de 11.301 em duas ocorrências, o que representa quase cinco vezes o total verificado em todo o ano passado, quando 2.355 clientes foram prejudicados em seis incidentes. Os dados são da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Na Zona da Mata, o número de clientes da Cemig que ficaram sem energia nos oito primeiros meses do ano se aproxima de 13 mil, em 16 ocorrências. Em Minas Gerais, são 146.432 unidades consumidoras afetadas em 46 incidentes. Desse total, 76.411 aconteceram apenas em agosto, contra 70.021 de janeiro a julho. A região mais prejudicada do estado é a Leste, com 57 mil clientes prejudicados.

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O engenheiro do Centro de Operação da Cemig, Felipe Ildefonso Mendonça, reforça que as queimadas próximas a equipamentos de transmissão de energia são prejudiciais para o fornecimento aos consumidores. “Postes, cabos e torres são exemplos de equipamentos que podem ser destruídos pelas chamas, o que prolonga o tempo de restabelecimento do serviço e aumenta os transtornos para os clientes”, explica.

Equipamentos da Cemig podem ser danificados pelas queimadas (Foto: Divulgação/Cemig)

Falta de energia cresce, queimadas diminuem

Apesar do número de clientes prejudicados pela falta de energia decorrente das queimadas ter crescido exponencialmente de janeiro a agosto deste ano em comparação ao somatório de 2024, o número de focos de incêndios registrados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) diminuiu.

De janeiro a agosto deste ano, foram registradas 359 queimadas em Juiz de Fora, número 42% inferior a 2024, quando foram catalogadas 623 no mesmo período. Na Zona da Mata, o Corpo de Bombeiros contabilizou 1239 ocorrências nos oito primeiros meses de 2025, enquanto que, no ano passado, foram 2050 focos de incêndio, o que representa diminuição de 40%. Por fim, em Minas Gerais, foram 14.442 notificações em 2025, 29% a menos que no ano passado, quando 20.274 queimadas foram registradas pelos militares, sempre considerando igual período.

Ação humana é principal causa de incêndios

O 1º tenente do Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora, Thiago Augusto, afirma que, na maioria dos casos, os incêndios são causados pela ação humana. “As pessoas costumam colocar fogo em área rural para queimar vegetação de lote e não se atentam às condições da temperatura daquele dia, por exemplo, podendo provocar um incêndio”, explica o militar. “Aquela queima que, supostamente, estava controlada, pode se descontrolar quando a brasa sai daquele ambiente e cair numa vegetação que está bastante alimentada, com bastante combustível, pouca umidade, fortes ventos e temperaturas altas, desenvolvendo um incêndio de forma muito rápida e perigosa”, complementa.

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O tenente orienta que, para iniciar uma queimada controlada, é necessário fazer um “aceiro“ no local, que consiste em uma faixa de terreno em área rural limpa de vegetação para funcionar como barreira contra o fogo. “É necessário ‘aceirar’ toda a região para evitar que, caso um fogo fora de controle venha a atingir uma localidade, ele não chegue até a edificação”, explica.

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