Juiz de Fora tem 67 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid a menos do que tinha nos primeiros meses de 2021. Conforme informações da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (SS/PJF), atualmente o município tem 101 leitos UTI Covid e, com a desmobilização de 50 leitos de enfermaria, passou a ter 156 equipamentos do tipo. O Executivo municipal alega que o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a melhora do cenário epidemiológico juiz-forano permitiram as desativações em cinco hospitais ao longo dos três últimos meses.
Segundo a SS, Juiz de Fora chegou a ter 168 leitos de UTI Covid após a expansão realizada nos primeiros meses de 2021. Em agosto, porém, a Prefeitura deu início às desmobilizações, desativando 20 vagas do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ). Em setembro, foi a vez do Hospital Universitário (HU) ter redução de outros oito leitos.
No mês de outubro, foram desativados 20 leitos no Hospital Monte Sinai, dez no HPS e outros nove no Hospital Albert Sabin. “Caso os números de internações e contaminações pela Covid-19 sigam caindo, há a possibilidade de que no futuro mais leitos sejam desmobilizados e alguns destes convertidos em UTIs de atendimento geral”, afirma a SS, em nota. No caso das enfermarias, foram 50 desativações entre agosto e outubro, saindo de 206 vagas dedicadas ao tratamento de Covid-19 para 156. Também em nota, o Hospital Albert Sabin informou que se coloca à disposição para renovar a parceria com a Prefeitura, caso haja necessidade.
A secretaria municipal afirma que segue os critérios estabelecidos no Plano de Desmobilização de Leitos UTI-Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A Prefeitura também informou estar trabalhando com a pasta municipal na solicitação da manutenção de alguns dos leitos habilitados durante a pandemia e que seriam descredenciados pelo Ministério da Saúde após o controle da pandemia. A ideia é que os equipamentos possam ser utilizados no atendimento hospitalar geral.
Redução nos números
Se aproximando das duas mil mortes causadas pela Covid-19, Juiz de Fora passa por um momento de redução nos números da pandemia. Até o boletim de quarta-feira (13), 109 pessoas estavam internadas em hospitais do município por complicações relacionadas à Covid-19. Em março, durante o pico da doença no município, a cidade chegou a ultrapassar a marca de 600 pessoas internadas simultaneamente.
No número de casos e óbitos causados pela enfermidade, o arrefecimento também é evidente. Em abril, mês mais letal no município, foram 344 mortes causadas pela Covid-19. Em setembro, foram 54 vidas perdidas. Quanto aos casos confirmados, em março Juiz de Fora registrou 4.872 pessoas contaminadas pelo coronavírus. Em setembro, foram 1.719 confirmações.
A redução ocorre na medida em que a vacinação contra a Covid-19 avança no município. Até quarta-feira, 303.367 pessoas já estavam completamente vacinadas em Juiz de Fora e 7.757 foram imunizadas com a terceira dose. No total, 750.897 doses foram aplicadas na cidade.
SES tenta manter 800 leitos
Em nota, a SES-MG afirma estar negociando a manutenção de leitos de UTI como legado da estrutura instalada durante a pandemia. A expectativa do Estado é manter cerca de 800 vagas de tratamento intensivo criadas durante o combate à emergência em saúde. Segundo a pasta estadual, “o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, esteve em Brasília para discutir o tema e novos encontros estão previstos”, afirma a SES-MG, em nota.
A secretaria argumenta que, além dos equipamentos, “é necessário garantir a presença de profissional qualificado para atuar em UTI”. A pasta ainda afirma que “o cenário epidemiológico é dinâmico, ou seja, com períodos de melhora e piora. Dessa forma, os leitos podem ser abertos e/ou fechados”.
Outro problema agravado pela pandemia foi a defasagem na realização de cirurgias eletivas. Sobre isso, a SES-MG prevê para novembro o lançamento de um programa de acesso aos procedimentos, “contemplando a contratação de mais prestadores de serviços de saúde e um plano de gestão hospitalar para a realização das cirurgias dentro do rol de procedimentos definidos”.