Nos últimos dias, fotos de uma capivara com um pneu preso no pescoço nas margens do Rio Paraibuna circularam nas redes sociais. A imagem causou comoção na população, além de ter evidenciado a poluição do curso da água e os riscos para a fauna e flora da região. O Corpo de Bombeiros informou à Tribuna que foi acionado para resgatar o animal e realizar a retirada do objeto, mas ao se aproximarem a capivara pulou na água e evadiu.
Os militares ainda afirmaram ter constatado que, apesar de estar presa, a câmara de ar não está sufocando o animal. Além disso, os bombeiros orientaram a população a fazer contato com 193 caso avistem o animal para que uma nova tentativa de resgate seja feita.
Obras de despoluição do Rio Paraibuna
Desde 2013, o Rio Paraibuna tem recebido obras de despoluição com um investimento de R$ 130 milhões, sendo R$ 60 milhões de repasse e R$ 70 milhões de financiamento. No entanto, as etapas caminham lentamente e até janeiro deste ano o tratamento de esgoto na cidade era de 37%, de acordo com a Cesama.
Uma reportagem da Tribuna, publicada em janeiro deste ano, mostrou que o projeto de despoluição do Rio Paraibuna prevê a instalação de cerca de 40 quilômetros de extensão de redes de esgoto às margens do curso d’água e dos principais córregos: Tapera, Matirumbide, Yung, Santa Luzia e São Pedro. Em abril de 2021, as obras foram retomadas, e a Cesama ficou responsável por operar a ETE União-Indústria, situada no Bairro Granjas Bethel, região Sudeste, e em operação desde junho de 2020. A estrutura, orçada em R$ 25 milhões, permite vazão de até 860 litros por segundo, podendo tratar cerca de 65% do esgoto lançado na cidade.
O projeto para a ETE Santa Luzia, na Zona Sul, foi para análise ainda em 2021, mas não saiu do papel. Também são previstas ampliações das ETEs Barbosa Lage e Barreira do Triunfo, na região Norte do município. O plano de limpeza do principal rio de Juiz de Fora ainda conta com cinco estações elevatórias de esgoto, das quais duas já estão concluídas, no Centro e na Vila Ideal, Zona Sudeste, com o objetivo de bombear os efluentes coletados pelos terrenos mais íngremes.