A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) defendeu, nesta sexta-feira (15), em manifestação pública, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o imediato adiamento das datas previstas para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Conforme o posicionamento da instituição, “a realização das provas em novembro incorrerá em graves prejuízos para o estudantes do ensino médio e outros candidatos em situação de vulnerabilidade socioeconômica”. Embora a pandemia tenha prejudicado o calendário letivo das atividades escolares, sobretudo da rede pública de educação, o Ministério da Educação (MEC) é favorável à manutenção das provas previstas para novembro.
O entendimento da Administração Superior é de que parte significativa dos estudantes inscritos atravessam dificuldades socioeconômicas, uma vez que não têm acesso à internet e às tecnologias, “o que sinaliza a ampliação das desigualdades e a falta de equidade na busca por uma vaga no ensino superior público”. “Neste momento, as enormes desigualdades sociais existentes no país, agravadas pela vulnerabilidade à doença Covid-19 e pelo período de isolamento social, inserem questões imprevistas que não podem ser ignoradas. O Enem configura-se como uma avaliação que permite aos candidatos vagas no ensino superior público em uma forma de seleção democrática”, manifestou a instituição.
Na última segunda-feira (11), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) impetraram, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), um mandado de segurança pleiteando o adiamento da aplicação das provas. Entretanto, o ministro Gurgel de Faria rejeitou o pedido sob o argumento de que não era competência do STJ avaliá-lo, uma vez que os editais do Enem são atos do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e não do MEC. Abertas na última segunda, as inscrições do Enem serão encerradas na próxima sexta-feira (22).