Juiz de Fora é um dos 13 municípios mineiros que participa de uma testagem da população em casa para o novo coronavírus. A pesquisa, coordenada pelo Ministério da Saúde e Universidade Federal de Pelotas, é feita pelo Ibope Inteligência e começou na quinta-feira (14) na cidade. Entretanto, a falta de informação sobre a pesquisa domiciliar causou confusão em muitos juiz-foranos. Acreditando que os agentes seriam criminosos, a Polícia Militar até deslocou viaturas para o Bairro Borboleta, na Cidade Alta, em busca dos responsáveis. A Prefeitura, que também desconhecia a testagem, chegou a emitir nota informando se tratar de um possível golpe, causando dificuldades aos pesquisadores. O Ibope esclareceu que os testes rápidos, cujos resultados saem na hora, continuam nesta sexta-feira (15).
Por questões de segurança, o Ibope informou à Tribuna que não divulga os bairros onde acontecem as testagens. Mas afirmou que serão feitas, ao todo, 250 entrevistas na cidade através de uma equipe de 17 entrevistadores e um supervisor. Pela manhã, a reportagem conseguiu apurar que há entrevistadores, pelo menos, em Benfica e Nova Era, ambos na região Norte.
Covid-19
O levantamento, aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, é feito em todo o país e apura a prevalência do COVID-19 na população brasileira. O objetivo é criar políticas públicas mais eficientes no combate à pandemia, baseadas em critérios científicos sobre o comportamento do vírus. A estimativa é que 99.750 brasileiros sejam testados.
Como é feito o teste
A Universidade de Pelotas esclareceu que o estudo consiste na aplicação de um breve questionário sobre a existência de doenças preexistentes e possíveis sintomas do novo coronavírus nos últimos 30 dias, além da realização de um teste sanguíneo rápido que utiliza metodologia por punção digital, com uma picadinha na ponta do dedo.
Serão selecionados os domicílios que serão abordados aleatoriamente e, por fim, dentro dos domicílios selecionados, será sorteado o morador participante. O morador sorteado, caso aceite, será submetido ao teste sanguíneo e ao questionário. Todo morador que aceitar participar da pesquisa terá que assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que informa sobre os objetivos, procedimentos, possíveis riscos, sigilo dos dados, voluntariedade da participação, entre outros aspectos. Os moradores menores de idade e/ou adultos legalmente incapazes receberão o termo e terão que ser autorizados pelos pais e/ou responsável para participar.
Os entrevistadores estarão utilizando os equipamentos de proteção individuais (EPIs), conforme orientação do Ministério da Saúde. São eles: máscaras, toucas, aventais e sapatilhas descartáveis, óculos de proteção e luvas. Além disso, todos os entrevistadores terão em mãos frascos de álcool gel, sacos de lixo infectante e caixas de descarte de materiais hospitalares.
Em casos de dúvidas sobre a identidade do pesquisador, o Ibope recomenda telefonar para o número 0800 800 5000.
Ocorrências em Juiz de Fora
Pelo menos duas ocorrências policiais chegaram a ser registradas ontem. Na quinta-feira (14), a Prefeitura chegou a receber denúncias que davam conta de falsos agentes de saúde em atuação no Bairro Borboleta, na Cidade Alta. Inclusive uma nota de alerta chegou a ser emitida. Entretanto, esclareceu na manhã desta sexta que foi informada, posteriormente, que a pesquisa é verídica e desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de Pelotas.
Já no Mariano Procópio, segundo a PM, um morador procurou uma base comunitária para registrar que sua mãe teria feito o teste e assinado documentos.