Após passar um mês seguindo as medidas estaduais mais restritivas em relação à pandemia, Juiz de Fora, junto com os outros 93 municípios da macrorregião Sudeste, vai sair da onda roxa do programa estadual Minas Consciente. Com isso, a partir do próximo domingo (18), as cidades da região que integram o Minas Consciente vão voltar para a onda vermelha. Juiz de Fora, entretanto, voltará a seguir os protocolos do programa municipal Juiz de Fora pela Vida, conforme anunciado pela prefeita Margarida Salomão (PT) durante a tarde.
A partir da onda vermelha do programa estadual, os municípios não são mais obrigados a seguir as determinações do Minas Consciente. De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora, uma nota técnica “discutindo de forma mais aprofundada a situação epidemiológica da cidade” será divulgada nos próximos dias.
Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora na manhã desta quinta, a prefeita Margarida Salomão (PT) havia adiantado que, tão logo o governador divulgasse a saída da onda roxa – que é compulsória – ela iria marcar uma reunião com o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 para tratar das próximas diretrizes.
Com a validade da onda roxa do Minas Consciente se encerrando no próximo domingo, a prefeita Margarida Salomão (PT) confirmou que a cidade vai retomar os protocolos locais definidos pelo programa Juiz de Fora pela Vida. A PJF ainda não anunciou em qual faixa do programa municipal a cidade será reclassificada, o que deve acontecer nos próximos dias, até sábado (17).
A depender da referência do Estado, que reclassificou toda a região para a onda vermelha do Minas Consciente, a cidade pode ser enquadrada na faixa vermelha do Juiz de Fora pela Vida, que permite a reabertura de atividades presenciais de algum setores cujas atividades estavam restringidas pela onda roxa.
Sistema hospitalar continua sobrecarregado
O anúncio da saída da macrorregião da onda roxa foi feito pelo governador Romeu Zema (Novo), durante entrevista coletiva à imprensa transmitida pelas redes sociais. Segundo ele, a decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (15) pelo Comitê Extraordionário Covid-19, diante da melhora dos indicadores e de chegada de medicamentos ao estado. Zema ponderou, entretanto, que a situação ainda é grave, exigindo cautela e atenção de toda a população com as medidas sanitárias e o distanciamento social.
Além da macrorregião Sudeste, também saem da onda roxa e avançam à vermelha, a partir de domingo, as macrorregiões de saúde Norte, Sul e Jequitinhonha, além das microrregiões de Betim, Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, Vespasiano, Contagem, Curvelo e Manhuaçu. Com isso, metade das macrorregiões de Minas ficará na onda vermelha, enquanto as demais seguem na roxa, pelo menos por mais uma semana. Já Triângulo do Norte, Triângulo Sul e Noroeste, que já estavam na fase vermelha desde o dia 9, permanecem nesta.
“Obtivemos melhorias de indicadores, o que possibilitou as decisões técnicas por parte da Secretaria de Saúde. Mas é preciso lembrar que estamos longe de ter conforto. Ainda temos um sistema hospitalar sobrecarregado, os profissionais de Saúde estão cansados, e as vagas são poucas. Por isso precisamos tomar todos os cuidados para evitar a transmissão do vírus. Dobramos o número de leitos de UTI e de enfermaria em Minas, mas o aumento de casos nesta segunda onda exige toda cautela”, afirma o governador Romeu Zema.
Em Juiz de Fora, segundo a última atualização na noite de quarta-feira, os leitos de UTI SUS Covid estavam 95,57% ocupados e, no total, haviam 533 pessoas hospitalizadas em decorrência da infecção pelo coronavírus, sendo 233 em UTIs e 300 em leitos de enfermarias, que estavam com 78,79% de ocupação das vagas para Covid. No geral, incluindo as UTIs para tratar outras enfermidades, o índice era de 91,75%. Levantamento da Tribuna publicado na noite de quarta apontou que, nos 28 dias seguintes ao início da onda roxa da cidade, os números de mortes e de casos não tinham demonstrado queda.
A progressão de onda em Minas aconteceu apenas nas regiões que apresentaram melhores resultados na incidência da doença e também na ocupação dos leitos. No total, o estado registrou aumento de 4,01% no número de casos e de 6,81% nos óbitos na última semana.
Para o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, é possível sentir o impacto das medidas restritivas neste último mês: “Em algumas regiões, qualquer variação no número de casos pressiona o sistema de Saúde. Mas a progressão decidida pelo comitê leva em consideração a chegada de medicamentos (sedativos do kit intubação), o que nos dá uma melhor perspectiva no atendimento. E, pela primeira vez em um mês, temos macrorregiões com leitos vagos, o que permitirá a movimentação de pacientes.”