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blocos laterais receberam dois mil metros quadrados de chapas de aluminio que mudam de cor de acordo com a luz

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Blocos laterais receberam dois mil metros quadrados de chapas de alumínio que mudam de cor de acordo com a luz
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Blocos laterais receberam dois mil metros quadrados de chapas de alumínio que mudam de cor de acordo com a luz

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Cúpula do observatório vai abrigar um telescópio fixo de 20 polegadas (imagem no detalhe)

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Visitantes poderão fazer lanche no salão envidraçado com vista para a Praça Cívica

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Planetário terá 96 cadeiras reclináveis e projetor da fabricante alemã Carl Zeiss

Hall de entrada no prédio principal terá dois elevadores panorâmicos

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Vai servir para quê? É marrom ou verde? O que são as calotas no alto? As perguntas são comuns para quem vê pela primeira vez o prédio do futuro Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que abrigará o planetário e o observatório de astronomia. A construção, encravada ao lado esquerdo da concha acústica e em frente à academia de ginástica a céu aberto, no campus, está em fase final de acabamento e se destaca por suas formas arredondadas e placas de alumínio furta-cor que mudam de coloração de acordo com a incidência da luz. A Tribuna visitou com exclusividade as instalações e pôde ver de perto a obra orçada em R$ 10 milhões e com nova previsão de inauguração em março de 2015, segundo o diretor do local, Eloi Teixeira. A estimativa anterior era setembro deste ano.

“Vamos inaugurar o prédio, sem o planetário e o observatório, com a exposição ‘Energia nuclear’, que já foi montada na Casa de Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ocasião, o público poderá conhecer os aspectos benéficos e maléficos desse tipo de energia, com projeções e debates com cientistas da Comissão Nacional de Energia Nuclear”, divulga Eloi. Segundo ele, a previsão de abertura do restante do centro depende da instalação dos telescópios e equipamentos de projeção, o que deve acontecer até o final do primeiro semestre de 2015.

Ele ressalta que o prédio é muito mais que um planetário. “Será um espaço de educação científica não só para a comunidade acadêmica, mas também para a população da cidade e da região. Nosso objetivo é aproximar o público da ciência, e a tendência é que o centro se torne uma atração turística.” Atualmente, o Centro de Ciências, que funciona no Colégio de Aplicação João XXIII, recebe cerca de dois mil visitantes por mês, sendo que 90% são estudantes. “A expectativa é, com a nova sede, dobrar esse número e chegar a quatro mil pessoas mensalmente. Também vamos duplicar os roteiros de visitação de três para seis”, anuncia.

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Prédio “camaleão”

Acompanhados também pelo coordenador do planetário, Cláudio Henrique da Silva Teixeira, e pela equipe de engenheiros da empresa Zaquieu, responsável pela obra, percorremos o local, formado por um prédio central de quatro andares, revestido de vidro espelhado, que terá função administrativa, e dois blocos que abrigarão o observatório e o planetário, ambos revestidos com uma espécie de material “camaleão”.

“Usamos aproximadamente dois mil metros quadrados de alumínio composto importado chamado ACM, desenvolvido através de nanotecnologia. As chapas são maleáveis e foram cortadas uma a uma, artesanalmente, para compor a fachada em curva. Conforme a luz, elas mudam de cor e fica esse efeito, ora marrom, ora verde, de acordo com o ângulo de visão”, explica o engenheiro Gustavo Barcelos Pereira, gerente de contratos da Zaquieu.

O acesso às dependências é feito por um amplo hall, com piso de granito preto, escadaria central de ferro e dois elevadores panorâmicos, que devem ser instalados até o final do mês. Os blocos do planetário e do observatório vão abrigar um salão de 200 metros quadrados voltado para exposição permanente de física, outro salão para as exposições itinerantes, quatro laboratórios – dois de química, um de biologia e um de física, o Museu de Malacologia, além de três anfiteatros com total de 220 lugares. “A ideia é que os visitantes possam participar de atividades correlatas. Por exemplo, 2015 é o ano internacional da luz, então teremos atividades relacionadas à óptica”, destaca Eloi.

Ainda dentro da proposta da interatividade, ele ressalta uma sala onde ficará a mostra “Célula ao alcance da mão”, voltada para deficientes visuais. “O material será todo tátil, com modelos de células e tecidos que poderão ser tocados e legendas em braile”, diz. No terceiro andar, uma ampla área com paredes de vidro permite uma bela vista da Praça Cívica e da concha acústica. O local será uma área de convivência e vai ganhar bancadas, refrigeradores, mesas e cadeiras para que os visitantes possam fazer seus lanches.

 

Sob o céu que nos protege

O quarto – e último, andar reserva as cerejas do bolo. Um terraço leva, de um lado, à cúpula do planetário e, de outro, à cúpula do observatório. O coordenador Cláudio Henrique da Silva Teixeira acabou de retornar de uma viagem de 15 dias à Alemanha, na cidade de Jena, onde participou de workshop na empresa Carl Zeiss, fabricante do projetor que será instalado em Juiz de Fora. “Foram quatro dias de curso para aprender a lidar com o equipamento híbrido, que conjuga projetor de lentes de fibra óptica e cinco aparelhos digitais, que operam através de um software”, conta.

Por enquanto, o domo de 13 metros de diâmetro só tem o piso, o esqueleto metálico da calota e um espaço no centro onde será instalado o projetor. Quando o lugar receber 96 poltronas reclináveis, uma tela de 180 graus e o equipamento de projeção, esse cinema científico promete uma experiência única. “O visitante poderá ver, por exemplo, a simulação de um céu com sete mil estrelas com a mesma tonalidade de cores e magnitude vistas a olho nu. Também poderá entender como funciona a rotação da Terra ou visualizar o céu de qualquer parte do planeta”, detalha. “Serão sessões com imagens e informações sobre astronomia, medicina e biologia. E ainda teremos a possibilidade de produzir sessões gerados a partir de imagens obtidas pelos nossos telescópios e outros trabalhos”, diz Cláudio.

Tido como um dos maiores telescópios para divulgação científica do país, o equipamento robótico de 20 polegadas de diâmetro da fabricante norte-americana Meade é, segundo Cláudio, um aparelho intermediário que atende muito bem à finalidade didática do observatório. “Aqui poderemos fazer pesquisas, buscar asteróides, observar astros e supernovas (estrela maciça que, num estágio avançado de sua evolução, explode), cronometrar efemérides (tábua astronômica que registra, em intervalos de tempo regulares, a posição relativa de um astro) e promover cursos e formação de professores. Nossa intenção também é montar um clube de astronomia para estimular o interesse das pessoas”, revela.

O telescópio, previsto para ser instalado até meados do ano que vem, será ancorado por pilar maciço de 12 metros de altura e que não tem contato com os pavimentos . “O pilar vai dar estabilidade ao equipamento e evitar trepidações quando os visitantes andarem no observatório”, explica. Ele lembra que o local contará também com dez telescópios móveis para trabalho de campo.

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