As investigações em torno da morte de Sebastião de Oliveira, 80 anos, avançam na Polícia Civil. O delegado Armando Avolio Neto confirmou nesta quarta-feira (14) que o inquérito foi instaurado pela Delegacia Especializada de Homicídios na última segunda (12) e disse já haver uma linha de apuração. O idoso foi encontrado por familiares sem vida dentro de casa, na noite do último dia 5, no Bairro Bela Aurora, na Zona Sul de Juiz de Fora. Apesar de a vítima apresentar lesões perfurocortantes no tórax e um corte contuso na cabeça, a Polícia Militar registrou o caso como encontro de cadáver. Além dos ferimentos, o atestado de óbito apontou politraumatismo como causa do falecimento do aposentado. Familiares deram falta de todo o dinheiro, celular e aliança de ouro pertencentes à vítima, acreditando se tratar de latrocínio (roubo seguido de morte).
“A ocorrência chegou como encontro de cadáver, mas tivemos notícia de que havia suspeita de violência nessa morte. Realizamos as primeiras diligências e já temos uma linha de investigação bem definida”, revelou o delegado, sem detalhar quais seriam as suspeitas. “Não podemos adiantar sob pena de prejudicar as investigações. Ainda vamos confirmar todas essas informações. Mas já ouvimos algumas pessoas”, completou Avolio, acrescentando que mais depoimentos deverão ser prestados no decorrer dos trabalhos. O policial responsável pelo inquérito também aguarda os laudos de necropsia da vítima, para confirmar a suspeita de morte violenta, e do levantamento de local realizado pela perícia. “O perito esteve presente na casa, e o corpo foi examinado pelo médico legista”, assegurou o delegado.
A morte de Sebastião foi descoberta por familiares. Uma filha do idoso, 45, começou a desconfiar de que algo pudesse ter acontecido após não conseguir contatar o pai pelo telefone, como costumava fazer todos os dias. Ela decidiu seguir até o endereço, na Rua Pedro Castegliani. Para tristeza dos parentes, o morador estava caído no chão do quarto, já sem vida. O Samu confirmou o óbito e verificou que já havia rigidez cadavérica.
Apesar de a perícia não ter detectado, em um primeiro momento, sinais claros de arrombamento na residência, o fio do telefone estava cortado, e a chave da cozinha estava na fechadura pelo lado de fora. A família acredita que um possível ladrão possa ter entrado junto com a vítima, ou o idoso pode ter surpreendido um suposto criminoso dentro do imóvel, ao chegar em casa. A janela também teria sido forçada, e havia marcas de barro no sofá embaixo. “Achamos mesmo que ele levou facada”, desabafou uma filha de Sebastião em entrevista à Tribuna no último dia 9.