Mesmo após realizar uma reunião para revisar os protocolos do retorno das aulas presenciais na quarta-feira (13), Juiz de Fora segue sem liberar a ocupação de 100% das salas de aula. A informação foi confirmada pelo secretário de Comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora (Secom/PJF), Márcio Guerra, em entrevista à Rádio Transamérica Juiz de Fora nesta quinta-feira (14). Na última semana, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) emitiu nota técnica liberando o retorno da totalidade dos alunos e, também nesta quinta, o titular da pasta, Fábio Baccheretti, confirmou a medida.
A reunião da PJF realizada na quarta proporcionou “reflexões” sobre os protocolos da retomada das aulas, mas sem que se chegasse a uma conclusão sobre o tema, segundo Márcio Guerra. Ainda conforme o secretário, a PJF tem pontos de divergências sobre o protocolo atualizado da SES-MG. “A Prefeitura tem o direito de gestão plena da saúde, de seguir ou ser mais rígida do que determina a secretaria de Estado. Então, estamos estudando com calma tudo isso, porque são decisões importantes que impactam muito seriamente o cenário da saúde”, afirma.
O secretário de Comunicação lembrou dos recentes casos suspeitos de contaminação pela Covid-19 registrados em escolas do município para justificar a cautela. Nesta quinta, a Prefeitura informou a suspensão das aulas em uma creche do Bairro Bom Pastor por duas semanas. Duas escolas estaduais também suspenderam as atividades após suspeitas de contaminação na última semana. “Por causa desses casos que já aconteceram, nós precisamos tomar decisões com muita responsabilidade”, justifica Guerra.
O retorno das aulas presenciais em Juiz de Fora começou a ocorrer no último dia 27, com a retomada das escolas infantis. Desde então, voltaram os ensinos fundamental e médio. Os alunos do ensino superior, pelo cronograma municipal, passam a ter o retorno liberado a partir da próxima segunda-feira (18).
Mudanças de protocolo
No último dia 8, o Centro de Operações de Emergência de Saúde (Coes) da SES-MG liberou uma série de flexibilizações nos protocolos de retorno das aulas presenciais. Além de aumentar de 50% para 100% a capacidade de alunos em salas de aula, a nota técnica do órgão também passou a permitir o uso compartilhado de objetos eletrônicos e a possibilidade de empréstimos de livros em bibliotecas escolares, desde que respeitadas as orientações de higiene e proteção.
Apesar da deliberação para o retorno da totalidade da capacidade das salas, o distanciamento obrigatório de 90 centímetros entre os alunos é um fator que dificulta a ocupação dos espaços. Entretanto, a obrigatoriedade ainda pode ser revista pelo Estado. “O distanciamento de 90 centímetros ainda está sendo discutido dentro do COES, se nós vamos tirar esse distanciamento. Estamos muito otimistas em relação ao retorno total das atividades escolares”, afirma o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.