O advogado Rodrigo José Liguori de Oliveira, de 40 anos, foi absolvido da acusação de ter matado a mãe, a tia e a sobrinha, num crime que chocou os juiz-foranos em junho deste ano. A sentença foi proferida nesta quarta-feira (14) durante audiência realizada no Tribunal do Júri, no Fórum Benjamin Colucci, presidida pelo juiz Paulo Tristão. O Ministério Público e os assistentes de acusação e de defesa requereram a absolvição do réu em razão de ele ter sido considerado inimputável, uma vez que um laudo pericial de sanidade mental atestou que Rodrigo era inteiramente incapaz em relação a entendimento e determinação aos fatos, já que possui doença mental de natureza psicótica.
Conforme a sentença, foi levada em conta a periculosidade que o réu representa para si e para a sociedade, sendo aplicada uma medida de segurança, determinando sua internação em hospital especializado a custas do Estado. O objetivo é que ele seja submetido a tratamento pelo prazo mínimo de três anos ou enquanto a perícia médica entender que não foi cessada a patologia que o acomete. Ainda segundo a sentença, foi considerada a gravidade dos fatos e a necessidade de se assegurar a ordem pública, sendo negado a ele o direito de recorrer em liberdade.
Tragédia familiar
A mãe do acusado, Elizabeth Philomena Liguori de Oliveira, 78, a tia, Maria Aparecida Liguori de Cerqueira, 85, e a sobrinha, Lara Amaral Liguori de Oliveira, 19, foram encontradas mortas no dia 29 de junho. O corpo de Maria Aparecida foi descoberto primeiro. Ela estava morta em seu apartamento no Calçadão da Rua Halfeld, no Centro. Cerca de duas horas depois, as outras duas mulheres Elizabeth e Lara – avó e neta – foram achadas em um apartamento da Rua Dom Viçoso, no Bairro Alto dos Passos, na Zona Sul. Logo após a tragédia familiar que chocou a cidade, a Polícia Militar começou as buscas por Rodrigo, considerado principal suspeito, enquanto a Polícia Civil deu início às investigações.
Como foi apurado na época, ele teria problemas psiquiátricos desde os 20. Ao ser preso, Rodrigo foi localizado quando estava em um Chevrolet Cobalt alugado, que foi rastreado, no município de Barroso, a cerca de 130 quilômetros de Juiz de Fora.
Segundo a investigação, a tia de Rodrigo foi a primeira a ser assassinada. Na noite daquela quarta-feira, por volta das 21h, ele chegou ao apartamento no Calçadão da Halfeld, sem chamar atenção. Lá, o acusado assassinou a tia e permaneceu por duas horas, indo depois ao encontro da mãe e da sobrinha. Como apontou a polícia, ele sabia que iria encontrar apenas as duas no apartamento depois das 23h e, por esta razão, dirigiu-se para o endereço na Rua Dom Viçoso, no Alto dos Passos, onde ambas foram encontradas mortas com requintes de crueldade. Uma machadinha usada no crime foi apreendida pelos policiais.