Corpo de Toledinho é sepultado no Cemitério Municipal
Caminhão do Corpo de Bombeiros conduziu o cortejo do ídolo do Tupi após velório na Câmara Municipal
O corpo de Moacyr Toledo, o Toledinho, foi sepultado na manhã desta quarta-feira (14) no Cemitério Municipal. O cortejo saiu da Câmara dos Vereadores de Juiz de Fora por volta das 9h20, onde foi velado desde a tarde de terça (13), após ter o óbito confirmado por insuficiência respiratória durante a manhã. Toledinho, maior ídolo da história do Tupi, tinha 87 anos. Já viúvo, ele deixa três filhos, sete netos e um bisneto.
Durante os últimos momentos do velório, cerca de 80 pessoas estiveram no antigo prédio do Legislativo, entre familiares, amigos e torcedores do Tupi. Antes da saída, os presentes se uniram para fazer uma oração, no único momento em que o silêncio foi rompido, além das palmas de despedida ao ídolo carijó. O prefeito Antônio Almas, que decretou luto oficial de três dias, também esteve presente à última homenagem a Toledinho, participando da prece antes de deixar a Casa. O cortejo chegou ao Cemitério Municipal por volta das 10h. O sepultamento também foi acompanhado de muitos amigos e familiares. Não era difícil encontrar uma camisa alvinegra trajada por algum dos presentes.
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‘Uma pessoa muito exigente, com muita personalidade’
O ex-jogador do Tupi Evaldo Amâncio esteve presente no velório e lembrou do papel de Moacyr Toledo em sua chegada a Juiz de Fora para iniciar a trajetória no Alvinegro, na década de 1980. “Convivi desde que cheguei em Juiz de Fora, em 1981, e tive uma recepção muito boa pelo Toledo, que era o gerente de futebol do Tupi na época. E dali começou a nossa convivência, eu como atleta profissional, ele como dirigente. Também foi meu treinador durante umas duas temporadas”, recordou.
Para Evaldo, a lembrança de Toledinho que vai permanecer eternamente será a de um profissional de muita personalidade nos bastidores do Carijó. “Era uma pessoa muito exigente, muito capaz. Era uma pessoa que tinha personalidade para falar com os jogadores, e a gente sabia entender esse outro lado dele”, complementa.
Despedida em uma manhã fria
O secretário de Esporte e Lazer, Júlio Gasparette, acompanhou de longe o sepultamento. Muito emocionado, Gasparette, que conviveu com Toledinho na década de 1970, expressou a tristeza de perder o amigo. “Hoje nós estamos aqui nos despedindo dele em uma manhã fria, e tenho certeza que o Toledo vai deixar muitas saudades. Eu tive a felicidade de conviver com o Toledo como companheiro, amigo, torcedor dele, fui atleta dele, joguei no time do Tupi em 1970 com ele de treinador, e só tenho a dizer a minha emoção muito grande e tristeza de saber que o Toledo está partindo.”
‘O maior embaixador do Tupi através desses tempos’
A importância de Toledinho como representante do esporte juiz-forano e do Galo Carijó foi destacada pelo jornalista e gerente de marketing do Bahamas, Nelson Júnior. Para ele, não há dúvida que Toledinho foi o maior embaixador do Alvinegro na história do clube. “O Toledo é aquela figura que você lembra da imagem dele e, imediatamente, a imagem dele está associada ao Tupi, ao futebol e ao esporte. A gente tem até alguma dúvida se ele foi o melhor jogador do Tupi na história, mas, indiscutivelmente, ele foi o jogador mais famoso do Tupi, ele foi o maior embaixador que o Tupi teve através desses tempos. Não só pelo fato de ter jogado, mas pelo fato de ter sido treinador, de ter sido treinador da base, supervisor e por, uma vida inteira, levantar a bandeira do Tupi”, reflete Nelson, que emenda: “Quando perdemos uma figura dessas no esporte, não perde só o Tupi, perde todo um contexto e, por isso, as pessoas estão se manifestando dessa forma: com saudade e reconhecimento a tudo que o Toledo fez por nosso futebol”.
‘Quem ama o que faz, se torna uma pessoa feliz’
Flávio Villela foi outro profissional a primeiro acompanhar Toledinho no Tupi e, depois, trabalhar com o ídolo carijó, como administrador do Estádio Municipal há sete anos. Para ele, Toledo deixa a mensagem de ser feliz enquanto profissional na área que ama. “Ontem e hoje foram dias muito tristes. É uma perda muito grande para a cidade, o esporte. E sempre que perdemos pessoas boas, os nossos dias ficam mais complicados. Ele foi um cara ímpar, um funcionário fantástico, sempre solícito, pronto para fazer da melhor maneira possível tudo o que se pedia e era necessário para o Estádio ficar bem. Fica um carinho muito grande no coração pelo caráter ímpar, amigo, sério, que você podia contar no que precisasse. Ficamos com a imagem de um cara trabalhador, que ia, até ficar doente, nos últimos dias, diariamente ao estádio e cumpria o dever dele como funcionário. Ele deixa para todos nós esse exemplo de perseverança e de que quem ama o que faz, se torna uma pessoa feliz. E ele foi. Ficamos tristes porque vai fazer falta.”