Ícone do site Tribuna de Minas

Condição dos pontos de ônibus é alvo de críticas de usuários

Santa helena pamela costa

Bairro Santa Helena (Foto: Pâmela Costa)

PUBLICIDADE

A Tribuna circulou por algumas vias da cidade na manhã desta quinta-feira (13), em diversas regiões, e conferiu as condições de alguns pontos de ônibus em Juiz de Fora. De acordo com usuários do transporte público e moradores das regiões visitadas escutados pela reportagem, a sensação é de abandono pelas entidades competentes à administração desses locais, que é repartida entre a Prefeitura de Juiz de Fora e o Consórcio Via JF.

Um profissional do transporte urbano que preferiu não ser identificado contou que há cerca de dois meses o ponto na Rua Visconde de Mauá, próximo ao número 1601, no Bairro Santa Helena, se encontra caído. A superfície de concreto, que antes servia para cobrir a população, agora acumula lixo.

PUBLICIDADE

Cenário semelhante pode ser observado no Centro, na Rua Silva Jardim, logo atrás do supermercado Bretas. Desde segunda-feira o abrigo do ponto está derrubado no chão, ocupando todo o espaço do passeio, obrigando os transeuntes a disputar espaço com os ônibus na pista de rolamento. Antes da queda, porém, a estrutura já estaria danificada, contou um passageiro. Renato Rabello, que usualmente passa pelo lugar, revela medo de um equipamento como aquele cair sobre ele.

PUBLICIDADE
<
>
Rua Silva Jardim, Centro (Foto: Pâmela Costa)

Ferrugem, destelhamento e piso danificado

Na Zona Norte, em frente ao Mineirão Atacarejo, nas margens do Rio Paraibuna, o ponto de ônibus está enferrujado. O usuário do transporte coletivo Antônio Pinto, compartilha que passa com frequência pelo local, que dia a dia se encontra do mesmo jeito. O banco e as pilastras que sustentam o teto estão enferrujadas e expostas às demais mazelas provocadas pelo tempo.

No interior do Bairro Industrial, a Rua Francisco Lins, outro ponto vem sendo motivo de insatisfação dos moradores. Sem banco e carente de manutenção, o local também tem vegetação crescendo em meio ao concreto. Conforme explica o morador Celso Schmitz, faz anos que o lugar permanece intocado pelos órgãos responsáveis. Ainda sim, o ponto costuma ficar cheio de pessoas aglomeradas, assim como os ônibus. “O pessoal reclama com trocador e motorista, mas eles dizem que não é da responsabilidade deles. No Bairro Industrial, em relação a ônibus e ponto de ônibus, nós estamos abandonados”, desabafa.

PUBLICIDADE

Não é preciso andar muito para testemunhar outro ponto em condições precárias. No Barbosa Lage, em um trecho da Avenida Antônio Weitzel, dois equipamentos se sobressaltam, ambos próximos à linha férrea. O primeiro, na altura do número 88, tem bancos de concreto soltos do chão e pavimento da calçada quebrada.

A irregularidade do local já fez com que pessoas caíssem ali, segundo conta o usuário Uéricles Carvalho. “O ponto de ônibus já está naquele estado há muitos anos. A condição é terrível, está horroroso, dá para melhorar um pouco. Até dá para sentar, mas não é muito confiável, não. Muita gente já caiu ali”, relatou. Mais à frente, um ponto tem a estrutura de metal totalmente enferrujada, e o banco de madeira tem rachaduras.

PUBLICIDADE

Ainda na Zona Norte, outros casos se revelam durante o trajeto pela cidade. Na Avenida Doutor Simeão de Faria, no Bairro Santa Cruz, a cobertura do ponto, também sem banco para os passageiros sentarem, já não possui todas as telhas.

Mato e lixo

No Milho Branco, o ponto da Rua Ivan Baptista de Oliveira, na altura do número 1111, se mescla a uma paisagem de lixo e de mato. “Quando chove, as pessoas ficam descobertas. O chão fica cheio de lama. E ali também precisa de uma limpeza”, explica o morador Bruno Teixeira. De acordo com ele, nos sete anos que mora no bairro, nunca houve quaisquer consertos na estrutura.
Do outro lado da cidade, na Avenida Deusdedit Salgado, em frente ao Parque da Lajinha, o ponto possui altura que não comporta pessoas adultas. Mesmo os transeuntes mais altos têm que se abaixar para passar ou desviar pela calçada. O local, como muitos outros, também não possui assento.

PUBLICIDADE

Responsabilidade compartilhada

A assessoria do Consórcio Via JF informou que cabe à empresa a responsabilidade pela gestão de apenas alguns pontos de ônibus, mas eles não foram especificados para a reportagem. “Temos um planejamento com a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), eles nos notificam sobre as devidas manutenções a serem dadas e nós temos até 30 dias para fazer o reparo dos mesmos”, explicou a companhia em ordem. Ainda de acordo com a Via JF, o ponto da Rua Silva Jardim foi o único local dos citados nesta reportagem sobre o qual a empresa foi notificada a respeito da manutenção. O consórcio informou que o reparo estaria sendo realizado nesta quinta à tarde.

Questionada sobre a situação dos pontos listados na reportagem e sobre a responsabilidade da manutenção dos equipamentos, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) respondeu que “dentro das iniciativas do programa Boniteza, a Prefeitura de Juiz de Fora criou o projeto ‘Caminho das Artes Urbanas’ voltado para a revitalização dos pontos de ônibus. Cinquenta e dois abrigos da cidade foram contemplados com a ação.” A nota também informa que “a iniciativa foi lançada na Semana do Meio Ambiente e, além de revitalizar os abrigos, valoriza a arte e os artistas da nossa cidade”. Não foram especificados quais pontos são de responsabilidade da PJF nem quais estão a cargo do Consórcio Via JF.

Sair da versão mobile