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Comitê definirá se JF continua na onda roxa do Minas Consciente nesta quinta

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Rua Mister Moore, no Centro de Juiz de Fora, teve uma manhã diferente do usual (Foto: Leonardo Costa)

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Uma reunião do Comitê Extraordinário Covid-19, marcada para a manhã desta quinta-feira (15), vai definir se a macrorregião Sudeste, da qual Juiz de Fora é referência, vai continuar na onda roxa do programa Minas Consciente. Há expectativa, no entanto, de que a região regrida para a onda vermelha, sinalização que teria sido feita pelo governador Romeu Zema (Novo) após encontro com representantes dos setores produtivos na noite desta quarta.

Não está definido ainda se, em caso de regressão da macrorregião, o Município voltaria a adotar protocolos próprios de acordo com o programa Juiz de Fora Pela Vida. Nos últimos dias, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) divulgou que a cidade obteve melhora nos índices epidemiológicos, mas levantamento feito pela Tribuna aponta que, nas semanas seguintes ao início da onda roxa, não houve grandes reduções nos números de casos e mortes.

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No encontro virtual marcado para as 9h30, o corpo técnico do Governo de Minas Gerais vai analisar os dados epidemiológicos das macrorregiões do estado para definir se elas avançarão nas ondas que estabelecem restrições para o enfrentamento à Covid-19. As informações foram passadas à Tribuna pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), que também afirmou que a decisão do comitê será comunicada ainda na quinta e começará a valer no sábado (17).

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Procurada pela Tribuna para se posicionar a respeito da possibilidade de sair da onda roxa, a Secretaria de Saúde (SS) da PJF informou, na tarde de quarta, que ainda não tinha sido comunicada oficialmente a respeito de mudanças, e evitou comentar qualquer possibilidade. Porém, a pasta apontou, também nesta quarta, redução de 43,63% na média móvel de casos confirmados no município com relação às últimas duas semanas. Conforme o levantamento, o índice está em “queda contínua” desde o último dia 7.

A secretaria pontuou ainda que entre os dias 24 de março a 4 de abril, a cidade conviveu frequentemente com índice acima das 600 ocupações, chegando a bater o recorde de 652 hospitalizações no último dia 2. Já no informativo desta terça (13), foram registradas 554 internações, sendo 233 em leitos de UTI Covid do SUS e 321 em leitos de enfermaria, o que apontaria a queda no índice.

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Em material veiculado pela SS também nesta quarta, a secretária Ana Pimentel avaliou positivamente as medidas mais restritivas implantadas no município. “A gente começa a perceber que os efeitos estão chegando. Obviamente a gente queria que a epidemia se resolvesse de um dia para o outro, mas não é assim. A circulação viral tem o seu próprio tempo, a sua própria dinâmica, mas a gente realmente conseguiu aumentar o índice de isolamento”, avalia.

A secretária destacou que o lockdown é “a medida designada pela ciência” mas, apesar de apresentar os primeiros efeitos positivos, os cuidados ainda são necessários. “Se a gente observar as taxas de agora, a gente começa a perceber que é possível ter um cenário mais positivo daqui 10 a 15 dias. Obviamente a gente tem que acompanhar. A luta contra esse vírus é diária. Então a gente tem que acompanhar todos os dias e esperar que esses indicadores se consolidem”, complementa.

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Situação na cidade ainda é grave

De acordo com especialistas, a Covid-19 tem um ciclo padrão que dura, em média, 14 dias – período em que o vírus pode ser transmitido pelos indivíduos infectados. Desta forma, o prazo de duas semanas é o tempo comumente utilizado como base para avaliar a efetividade de medidas restritivas. Entretanto, em levantamento feito pela Tribuna com base nos dados dos boletins epidemiológicos municipais divulgados desde 13 de março, quando começou a valer a onda roxa em Juiz de Fora, ainda não foi possível notar uma desaceleração da pandemia na cidade considerando as quatro semanas seguintes.

Segundo os números, entre os dias 13 e 26 de março foram confirmados 1.837 casos de Covid-19 na cidade. Já entre os dias 27 de março e 9 de abril, nas duas semanas posteriores, foram 1.819 casos constatados pela Prefeitura.
No que diz respeito ao quantitativo de óbitos relacionados à Covid-19, os dados também não apresentam melhora. No total, 127 pessoas morreram entre os dias 13 e 26 de março. Nas duas semanas seguintes, a Covid-19 vitimou 187 pessoas em hospitais juiz-foranos.

Quanto à ocupação de leitos de terapia intensiva, no dia 12 de março, véspera do início da onda roxa na cidade, os dados apontavam para 451 pacientes hospitalizados em leitos Covid, sendo que 166 estavam em unidades de tratamento intensivo e 285 nas enfermarias. Nesta terça, cerca de um mês depois, o número estava em um patamar acima, com 554 internações por Covid-19, sendo 233 em UTI e 321 em leitos de enfermarias.

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Apesar disso, também neste período, o município chegou a ter mais de 600 hospitalizados simultaneamente, apontando uma tendência de queda no número de internações nos últimos dias, o que pode refletir em queda na quantidade de óbitos nas próximas semanas.

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