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PJF volta a ameaçar cancelamento de contrato com o Consórcio Manchester após novo acidente

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Veículo bateu em um poste e deixou passageiros feridos (Foto: Marcos Neves)

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O secretário de Mobilidade Urbana da Prefeitura de Juiz de Fora (SMU/PJF), Fernando Tadeu David, voltou a aventar a possibilidade de o Executivo declarar a caducidade do contrato com o Consórcio Manchester após um novo acidente com um veículo da empresa Tusmil, na manhã de domingo (13). Na ocasião, 23 pessoas ficaram feridas após a colisão de um ônibus com um poste na Avenida Itamar Franco, na altura do Bairro São Mateus, na Zona Sul. De acordo com a secretaria, 22 pessoas foram atendidas e liberadas do HPS, enquanto uma vítima segue em observação no hospital.

“Reiteramos que o Consórcio Manchester foi notificado e o prazo da notificação se esgota nesta semana. Com o esgotamento desse prazo, a Prefeitura de Juiz de Fora está preparada para tomar todas as providências que a legislação permite, inclusive a ruptura do contrato para garantir aos usuários o transporte seguro e de qualidade”, disse o titular da SMU, em vídeo veiculado pela pasta municipal após o ocorrido envolvendo um ônibus da linha 546 (Mirante).

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David lembrou a notificação de empresas concessionárias do transporte coletivo juiz-forano por suposto descumprimento de cláusulas presentes no contrato com o Município. A medida já havia sido anunciada pela Prefeitura no último dia 20, após reunião do comitê gestor formado para buscar melhorias para o setor. No dia 3 deste mês, após outro acidente envolvendo veículo do transporte público da cidade, o secretário de Mobilidade Urbana já havia alertado para a possibilidade de rompimento do contrato.

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Antes, no domingo, David assegurou que “todas as responsabilidades serão apuradas”. “Mais um acidente envolvendo ônibus. Inadmissível. Vamos apurar essa irresponsabilidade para que não ocorra novamente. Não é possível colocar ônibus em circulação colocando em risco a vida das pessoas. Nós precisamos colocar ônibus que garanta a segurança das pessoas”, disse o secretário.

Na ocorrência registrada junto à Polícia Militar, foi informado que o ônibus invadiu a calçada, chocou-se contra uma estrutura próxima a uma padaria e, posteriormente, bateu em um poste de iluminação pública e em dois veículos que estavam estacionados no local. A PM também informou que o motorista do ônibus, um homem de 59 anos, estava em estado de choque e não conseguiu informar o que gerou o acidente.

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Consórcio diz não haver indícios de falha mecânica

Na manhã desta segunda-feira (14), o Consórcio Manchester se manifestou, via assessora, sobre o acidente. O grupo lamentou o ocorrido, “especialmente neste acidente em que houve vítimas”, mas lembrou que nenhuma pessoa se feriu com gravidade e disse estar “acompanhando a situação de todas elas”. Além disso, o consórcio afirma que “está fornecendo todo suporte quanto a danos materiais, inclusive providenciando geradores” para suprir pontos que tiveram interrupção de energia elétrica decorrente do ocorrido.

O Consórcio Manchester confirmou que foi realizada perícia no local, mas ainda não houve conclusão da análise. “Esclarece, todavia, que não havia indício de falha mecânica no carro, que é de 2016, pneus novos, e estava com a manutenção em dia”, garante. A empresa ainda afirma que segue apurando os fatos, inclusive com análise de câmeras disponíveis, além de ouvir “todas as pessoas envolvidas”.

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Consórcio já havia sido notificado

As ameaças de rompimento de contrato com o Consórcio Manchester têm sido constantes ao longo das últimas semanas, sobretudo pela recorrência de acidentes com veículos do transporte coletivo. No dia 20 de janeiro, o Consórcio Manchester, juntamente com a Via JF, recebeu notificação da PJF por descumprimento das regras constantes no contrato de prestação de serviço. Segundo a PJF, as notificações foram emitidas para que as empresas “adotem imediatamente ações para corrigir as gravíssimas falhas cometidas na prestação do serviço à população”. O Município afirma que, somente no ano de 2021, foram emitidas 521 autuações ao consórcio Via JF e 581 ao Consórcio Manchester.

Na ocasião da notificação, o titular da SMU já havia ameaçado aplicar sanções às empresas, caso os problemas apontados pela Prefeitura não fossem sanados. “No caso do Consórcio Manchester, a empresa Tusmil cometeu gravíssimas infrações, com três acidentes que colocaram em risco a vida das pessoas e dos trabalhadores que utilizam o transporte público”, disse o secretário Fernando Tadeu David. A Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp), por sua vez, negou as supostas infrações e afirmou que exerceria “amplo direito de defesa”.

Ainda em janeiro, um ônibus da linha 516 (São Pedro/Via Borboleta) se acidentou no Bairro Borboleta, Cidade Alta. Na ocasião, o veículo atingiu uma residência na Rua Guilherme Debussy e deixou feridos o motorista e o cobrador do veículo. Não havia passageiros no momento do acidente. A Prefeitura, por sua vez, prometeu “punição severa” caso constatada falha mecânica.

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No último dia 3, o secretário voltou a levantar o tom após ocorrência envolvendo ônibus da linha 520 (Aeroporto), também na Avenida Itamar Franco. O titular da SMU garantiu que a Prefeitura iria aplicar sanções contra o consórcio, conforme previsto no edital de contratação. “A Prefeitura, atenta a essa situação, aplicará as punições necessárias previstas em contrato e no edital de licitação de 2016 e, no limite, declarará a caducidade do contrato”.

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