Atualizada às 09h07, do dia 14/10
Um jovem de 22 anos morreu após ser atacado com golpes de facão, na manhã de quarta-feira, no Bairro Filgueiras, na Zona Nordeste. Segundo a Polícia Militar, por volta das 10h, Andrei da Silva Lopes foi encontrado ferido dentro de um mercado na Rua Orlando Riani. Ele chegou a ser socorrido pelo Samu até o HPS, mas não resistiu às múltiplas lesões pelo corpo, principalmente no rosto e tórax, e faleceu às 15h35, conforme informou a assessoria da Secretaria de Saúde. Dois adolescentes suspeitos do crime, de 16 e 17 anos, acabaram apreendidos em flagrante após o homicídio brutal, que chocou pela frieza dos envolvidos.
A PM havia recebido informações de que os jovens estavam dentro de uma residência abandonada. No local, os militares encontraram um celular com uma foto em que eles exibiam a arma branca usada na ação criminosa, com os rostos e as roupas ainda sujos de sangue. No entanto, com a chegada da polícia, os suspeitos se embrenharam em um matagal para escapar. Após intensa varredura no local, um adolescente foi localizado durante a noite, quando tomava banho em uma casa próxima para se livrar dos resquícios de sangue. Um segundo envolvido se entregou. Já um terceiro suspeito, 16, ainda não foi localizado.
A dupla foi levada para a 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. Conforme a PM, os rapazes assumiram o assassinato e disseram que o mesmo teria sido motivado por rixa entre moradores do Grama, onde a vítima residia, e do Filgueiras, onde o trio mora.
Frieza
O titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, assumiu as investigações sobre o caso. Segundo ele, Andrei passava pelo bairro em uma moto, quando o trio jogou uma bicicleta na direção do veículo, obrigando o condutor a parar. Sabendo que iria ser agredida, a vítima correu em direção ao mercado, mas foi alcançada e golpeada por facão e facas.
“Eles disseram que praticaram o crime por desavenças entre os bairros Filgueiras e Grama. Mas sabemos que por trás disso tem outras motivações. Vamos defini-las com as investigações e tentar localizar o terceiro envolvido”, disse o delegado. Segundo ele, todos os três suspeitos tiveram participação em um duplo homicídio, também a facadas, ocorrido em 20 de fevereiro de 2015 no mesmo bairro. Na ocasião, um bombeiro militar reformado, 45, e um homem, 41, foram encontrados mortos na parte alta do Filgueiras, perto da caixa d’água. Na época, a frieza dos envolvidos já havia chamado a atenção. Uma das vítimas sofreu, pelo menos, 26 perfurações à faca, enquanto a outra recebeu oito golpes.
“O que mais impressiona novamente é justamente a crueldade deles e a forma como agiram. Espancaram a vítima, depois começaram a desferir vários golpes de facas. E ainda tiraram fotos do corpo e deles mesmos com os rostos ensanguentados e o facão também sujo de sangue, como se fosse um troféu. Eles têm sensação de impunidade e são conhecidos no meio policial, tanto da Delegacia de Homicídios, quanto de outras delegacias”, enfatizou Rolli.
Os suspeitos tiveram o flagrante confirmado pelo ato infracional de homicídio e foram encaminhados para a Vara da Infância e Juventude, com pedido de acautelamento no Centro Socioeducativo.
Cidade tem 4º homicídio em 3 dias
A morte cruel de Andrei da Silva Lopes, 22 anos, golpeado a facadas na manhã de quarta-feira no Filgueiras, Zona Nordeste, foi o quarto homicídio registrado em Juiz de Fora em apenas três dias. No fim da tarde de terça, Marcos Antônio Campos de Oliveira, 20, foi assassinado com um tiro no peito na Rua Otávio Pereira Torres, próximo à praça do Bairro Bonfim, na Zona Leste. Segundo a Polícia Militar, os suspeitos seriam dois irmãos gêmeos, de 18 anos. Eles estariam em uma moto e, ao avistarem a vítima, abriram fogo contra ela. O crime violento foi presenciado pela irmã de Marcos, que viu ele cair sem vida. O Samu foi acionado e confirmou o óbito. Ninguém foi preso.
Outros dois homicídios ocorreram na segunda-feira. No início da manhã, Jorge Maycon Santos de Oliveira, 21, morreu após ser alvejado por cinco tiros dentro de uma padaria situada na Rua Dona Ana Salles, em Benfica, Zona Norte. O crime teria sido motivado por desavenças entre grupos rivais das vilas Esperança I e II. Segundo o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, o suspeito está identificado e pode ser preso a qualquer momento.
Já no fim da noite, um homem, 27, foi executado a tiros no Parque das Torres, também na Zona Norte. Ele foi baleado dentro de seu carro Golf e na porta de casa, na Rua Felício Pifano Neto. Conforme Rolli, os suspeitos também estão identificados e estariam envolvidos em, pelo menos, outros três assassinatos. Eles fariam parte de uma gangue que aterroriza aquela região e já foram alvo de duas operações recentes.