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‘Poderia ter sido eu’, conta juiz-forano que presenciou sequestro de ônibus no Rio

sequestro rio
Marcello conta que a ficha caiu horas após sequestro de ônibus (Foto: Arquivo pessoal)
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No Rio de Janeiro para uma viagem de trabalho, o advogado Marcello Filgueiras, de 25 anos, comprou a passagem para retornar a Juiz de Fora algumas horas antes de embarcar no ônibus às 14h30, na terça-feira (12). A sensação de ter presenciado, poucos minutos depois, o sequestro do veículo na Rodoviária Novo Rio é inexplicável para o jovem, que estava a poucos metros de Bruno Lima da Costa Soares, de 34 anos, baleado durante a confusão. Em entrevista à Tribuna, Marcello conta que a ficha caiu horas depois do ocorrido: “caramba, poderia ter sido eu”.

Conforme relatado pelo jovem, ao iniciar a saída da plataforma, o ônibus teve um problema e acabou sendo desligado, junto com o ar-condicionado. Enquanto esperavam uma solução, alguns passageiros, entre eles, Marcello e Bruno, resolveram descer do veículo e esperar do lado de fora por conta do calor. 

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“A ponta do iceberg foi a descontinuidade do ar-condicionado. O cara [sequestrador] ficou tenso, tanto que não tinha briga do lado de fora, nada acontecendo, a gente estava parado conversando, e aí, infelizmente, aconteceram esses disparos do nada”.

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A pouca distância de Bruno, em um primeiro momento, Marcello não percebeu que as balas haviam sido direcionadas à vítima. Depois de ouvir os barulhos e ver os estilhaços causados pelo tiro , a primeira reação foi correr. Ele relata que houve confusão na rodoviária e, quando teve a oportunidade, saiu do local.

Marcello conta que a ficha só caiu ao voltar mais tarde, por volta de 21h, para pegar suas bagagens após o sequestro do ônibus. “Eu estava bem tranquilo, só tomei noção da gravidade depois que a adrenalina baixou e eu li que a pessoa do meu lado foi atingida”.

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O jovem diz que teve problemas para conseguir suas malas de volta, porque, ao retornar para a rodoviária, foi informado de que estavam na delegacia policial e seriam despachadas nesta quarta-feira (13) para Juiz de Fora. Ele retornou para a cidade também nesta quarta, mas através de uma carona. “Não sei em quanto tempo vou conseguir voltar a entrar e a pegar ônibus na rodoviária do Rio”.

Como foi o sequestro

O sequestro aconteceu na tarde de terça e durou cerca de três horas. Ele teve início às 15h e terminou por volta das 18h. Dezesseis pessoas foram feitas reféns por um homem armado, dentre elas idosos e crianças. O sequestrador se entregou à Polícia Militar e está preso.

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Bruno Lima da Costa Soares, de 34 anos, morador de Juiz de Fora, foi baleado três vezes durante o sequestro, passou por cirurgia no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, e, conforme a unidade de saúde, foi transferido ainda à noite para o Instituto Nacional de Cardiologia. A vítima, estudante de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), permanece em estado grave.

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