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Juiz de Fora entra no primeiro dia da onda roxa do Minas Consciente

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Movimento no Calçadão da Halfeld era visivelmente menor do que em relação aos últimos dias (Foto: Fernando Priamo)
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A cidade de Juiz de Fora amanheceu, neste sábado (13), sob as regras dos protocolos estaduais de enfrentamento à pandemia da Covid-19, entrando na onda roxa do Programa Estadual Minas Consciente. A medida, que estabelece condições mais severas para a circulação de pessoas e o funcionamento de atividades econômicas, não é opcional, mas compulsória para todos os municípios da região classificados nesta fase. Também passa a valer o toque de recolher, das 20h às 5h, durante os dias de semana e também aos sábados e domingos. Clique aqui e confira todos os detalhes das restrições e de serviços liberados.

A Tribuna esteve pela manhã deste sábado no Centro da cidade, onde a circulação de pessoas e de veículos estava menor que nos últimos dias, marcados por grande circulação de pessoas nas ruas, mas ainda havia gente aglomerada em pontos de ônibus e comércio, com flagrantes de desrespeitos às regras da onda roxa. A maioria das pessoas usava máscara, outra diferença em relação aos dias anteriores. Todavia, ainda era possível encontrar estabelecimentos em funcionamento. Na Avenida Rio Branco, lanchonetes com apenas uma das portas abertas faziam atendimento de clientes no balcão, enquanto loja de acessórios para aparelhos de celular recebia os clientes, através de uma fita na entrada, no interior do estabelecimento.

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Havia movimentação de passageiros na Getúlio Vargas, mas, conforme eles, ônibus não estavam cheios (Foto: Fernando Priamo)

A reportagem também notou a presença de vendedores ambulantes em diversos pontos. Um deles, de 36 anos, que preferiu não ser identificado, contou que está desempregado há três anos. “Para mim, é impossível não sair para trabalhar, porque preciso pagar o aluguel da minha casa. A pessoa que aluga para a gente não quer saber de pandemia, quer saber apenas de receber”, afirmou, acrescentando que é casado, tem quatro filhos e é morador do Bairro Bonfim, na Zona Leste. “A gente quer respeitar a lei e a fiscalização, mas preciso trabalhar. Se encontrar com a fiscalização e pedir para eu ir embora, eu vou, mas tenho que garantir a moradia da minha família”, enfatizou.

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Na Avenida Getúlio Vargas, a circulação de pessoas era maior que na Rio Branco. Neste trecho, a reportagem deparou-se com uma loja de móveis funcionando, com apenas uma das partes da porta aberta para acesso de fregueses. Na mesma avenida, uma papelaria funcionava de portas fechadas, mas com uma funcionária do lado de fora, permitindo a entrada e saída de clientes. Na Rua Mister Moore, a Tribuna flagrou diversas lojas de produtos eletrônicos e acessórios para celular funcionando com a porta entreaberta. Ao longo do tempo em que a equipe circulou para área central, não foi observada a presença de equipes da fiscalização municipal.

Transporte público coletivo

Pelo que foi observado, os veículos do transporte público coletivo estavam trafegando sem aglomeração no Centro. Os pontos de ônibus, de modo geral, estavam mais vazios em relação aos dias anteriores. Exceto ao longo da Avenida Getúlio Vargas, onde havia mais pessoas.

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Ponto de ônibus da Rio Branco também apresentava presença de passageiros (Foto: Fernando Priamo)

“Os ônibus, pelo que percebi, estão até andando mais vazios hoje (neste sábado). Mas tenho outra preocupação, porque tenho visto abertos muitos depósitos de bebidas, e isso gera aglomerações, festas clandestinas, churrascos. Acho que a fiscalização precisa dar mais atenção a isso, porque estamos vendo que o número de infecções pela Covid está elevado em Juiz de Fora. Barrar as festas contribui para a prevenção”, disse o morador do Bairro Bandeirantes, Zona Nordeste, que esperava ônibus em um dos pontos da Rio Branco. Com 61 anos, o homem, que se identificou como Carlos Alberto Assis, acrescentou que precisou sair de casa para pagar uma conta, pois não conseguiu quitar por meio de caixa eletrônico. “Eu preferia estar em casa, fazendo minha prevenção, mas, se não viesse pagar, teria que arcar com os juros depois”, justificou.

Moradora do Bairro Santa Cruz, na Zona Norte, Janice de Castro Nascimento, 37, também esperava ônibus em um ponto da Getúlio Vargas. Segundo ela, neste sábado, os coletivos estavam mais vazios. “Tive uma necessidade e precisei vir ao Centro. Na vinda, o ônibus estava com todas as pessoas sentadas, e a maioria, de máscara. Agora, estou aqui aguardando para voltar para casa e espero encontrar a mesma situação, porque nestes dias anteriores, ninguém estava respeitando nada”, comentou.

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Permissão para delivery depois das 20h

Neste sábado (13), um ajuste nas regras da onda roxa passou a permitir entregas depois das 20h, horário de início do toque de recolher. A publicação foi feita no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais e passa a permitir também que os consumidores retirem seus pedidos nos estabelecimentos comerciais, mesmo naqueles não inseridos como serviço essencial.

Missas presenciais são suspensas

O arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, divulgou, na noite desta sexta-feira (12), novas orientações a padres e paróquias em razão da regressão do município para a onda roxa dos protocolos estaduais de enfrentamento à pandemia da Covid-19 e do toque de recolher.

Dom Gil voltou atrás em sua decisão, indicando que todas as celebrações até a Terça-feira Santa, no próximo dia 30, sejam realizadas internamente, somente com as pessoas necessárias ao altar. Em seu último comunicado, o arcebispo havia deixado em aberto a possibilidade de realização de missas presenciais com a ocupação de 30% dos templos retornarem neste 4º Domingo da Quaresma.

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Devido ao toque de recolher, Dom Gil ainda pediu que não haja celebrações à noite, para evitar o deslocamento daqueles que auxiliam na realização da Santa Missa. As orientações valem para Juiz de Fora e outros municípios da arquidiocese que estejam nesta faixa do programa.

Medidas válidas por 15 dias

De acordo com nota publicada pela Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora, inicialmente, a regressão valerá por 15 dias. “Após esse período, haverá uma nova reunião para avaliar os quadros epidemiológico e assistencial”, informou.

Como já noticiado pela Tribuna, em matéria publicada nesta sexta-feira (12), a decisão pela regressão na região aconteceu após reunião realizada entre a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e prefeitos de municípios da região. Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora, na manhã de sexta, a prefeita Margarida Salomão (PT) informou que o município irá seguir o que foi estabelecido pelo Governo estadual.

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