Após publicação de matéria mostrando que a situação de abandono do antigo PAM-Andradas, localizado na Avenida homônima, no Centro de Juiz de Fora, seria um dos agravantes para a invasão no Centro Educacional Maria Helena, ocorrida ao longo da última semana, o Conselho Municipal de Saúde procurou a Tribuna para contestar o posicionamento da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) a respeito da situação do prédio. Em nota encaminha à reportagem, a PJF alegou que a zeladoria do prédio, neste momento, é do Governo federal. “O prédio em questão é de propriedade da União e havia sido cedido temporariamente para o Município”, cita o texto.
Entretanto, de acordo com o secretário Executivo do Conselho Municipal de Saúde, Jorge Ramos, a zeladoria do prédio estaria, sim, sob a responsabilidade do Município. “O prédio, no momento, não está sendo ocupado, mas nós estamos discutindo, junto à Secretaria de Saúde, a destinação e a reforma do antigo PAM-Andradas. Até porque é um espaço que precisamos ocupar, sair de prédios alugados. Nós, enquanto Conselho, desconhecemos essa informação de que a zeladoria deste prédio seja de responsabilidade do Governo Federal”, relatou à Tribuna.
O jornal voltou a questionar a PJF sobre a situação do prédio. Em nota, o Município reconheceu que “há estudos para utilização do local como um equipamento de saúde”, mas não detalhou quais órgãos participam da análise. Por outro lado, a Prefeitura voltou a afirmar que, no momento, não é responsável pelo local. A Tribuna também entrou em contato com o Governo Federal, que não retornou até o início da noite. Na primeira nota enviada à reportagem, o Município afirmou que a zeladoria do espaço é de responsabilidade da União.
Abandono do local tem gerado insegurança
O prédio onde funcionou, até 2018, o antigo PAM-Andradas, encontra-se desocupado, desde então. A situação, de acordo com a coordenadora pedagógica Kândyce Stopa Ferreira, que trabalha no Centro Educacional Maria Helena, situado ao lado do prédio, tem gerado insegurança em vizinhos e proprietários de estabelecimentos no entorno, já que, sem vigilância e em desuso, a estrutura tem abrigado pessoas em situação de rua e usuários de drogas, que, segundo ela, têm invadido a creche, causando prejuízos à instituição.
Na semana passada, a creche-escola foi invadida duas vezes, e os prejuízos contabilizados entre furtos e quebra de patrimônios da unidade chega a quase R$ 15 mil, conforme estima as responsáveis pela instituição. Segundo Kândyce, os invasores roubaram computadores, rádios de comunicação, eletrodomésticos, torneiras de bebedouros e alimentos, além de quebrarem diversos objetos. A circunstância fez com que os atendimentos a quase 150 crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica fossem suspensos nesta semana.
Para tentar evitar novas invasões, ao longo dessa semana, estão foram realizadas algumas intervenções na escola, como a colocação de portões e grades e a instalação de câmeras de segurança. Um vigia também foi contratado para tomar conta do local.