Ícone do site Tribuna de Minas

Diretor de unidade prisional é denunciado por assédio e coação

cadeia pixabay
PUBLICIDADE

O atual diretor-geral de uma unidade prisional em Juiz de Fora é alvo de denúncias ligadas a supostas ações de assédio moral e coação dentro do ambiente de trabalho. Segundo o diretor regional do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen-MG), Luciano Pipa, várias reclamações foram feitas em relação à conduta do gestor. Procurada pela Tribuna, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que já abriu uma investigação preliminar em desfavor do servidor e que as denúncias serão apuradas.

A nota da secretaria, enviada por meio do Núcleo de Correição, menciona ainda que todas as situações de desvio de conduta de servidores são acompanhadas com rigor pela Sejusp. “As medidas administrativas cabíveis no âmbito do processo legal são tomadas, guardando sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório”, afirmou a Sejusp, indicando que não compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus profissionais.

PUBLICIDADE

Dentre os episódios que levaram à manifestação de policiais penais junto à diretoria regional estão supostas práticas de falta de respeito e de assiduidade. “Em específico, em diversas oportunidades, busca criar situações entre os próprios servidores, criando um clima de rivalidade e disputa entre eles. Além de humilhar os servidores e desestimulá-los”, diz o documento enviado ao presidente do Sindppen-MG, ao qual a Tribuna teve acesso.

PUBLICIDADE

No texto, outras ações irregulares que teriam ocorrido são expostas. “O diretor busca por meio de atos coercitivos exigir que os servidores se prestem a atuar em desconformidade com as próprias normativas e princípios da administração pública estadual. Em caso de negativa por parte dos servidores, o referido diretor utiliza-se do abuso de poder para, de forma velada, assediar e coagir os funcionários”, expõe a denúncia.

Saúde mental

Afastado há alguns meses por questão de saúde mental, um policial penal com quem a Tribuna conversou compartilhou a insegurança de voltar à ativa, diante das situações a que estaria submetido dentro da unidade prisional. Conforme ele explica, a sensação de insegurança e quadro depressivo é uma realidade compartilhada também por outros servidores.

PUBLICIDADE

Segundo o policial, o estresse e desmotivação do local foram uma influência direta para sua condição. E vai além, dizendo que os próprios acautelados são prejudicados pela situação. “Cada vez mais o preso fica desguarnecido. Ele fica sem amparo, porque o nosso psicológico não vem sendo trabalhado. Vão piorando a nossa rotina de trabalho, e nisso a gente leva os problemas para casa.”

Racismo descartado

Outras denúncias foram feitas contra o diretor, em maio deste ano, inclusive de relatos de racismo, mas elas não foram confirmadas, conforme a Sejusp. “Quanto ao caso das denúncias de supostos atos de racismo e assédio moral contra servidoras, informamos que durante as diligências administrativas preliminares as servidoras foram ouvidas e não ratificaram ocorrência de racismo ou assédio moral em desfavor do diretor-geral da unidade prisional contra elas. Diante desse fato, os procedimentos gerenciais foram encerrados”, informa a nota enviada à reportagem. Assim sendo, o servidor permanece no cargo de diretor-geral da unidade.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile