Um policial penal afastado, de 43 anos, entrou armado em uma agência bancária na Rua Halfeld, no Centro de Juiz de Fora, brigou com a gerente do estabelecimento por “insatisfação com a prestação do serviço” e, em seguida, desacatou a Polícia Militar (PM), que teve que pedir reforços na tarde da última sexta-feira (9), conforme informações do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) obtido pela Tribuna com exclusividade.
O homem já havia se envolvido em outra ocorrência de atrito com uma funcionária, em 2022. Na época, ele teria efetuado um disparo de arma de fogo dentro de uma casa de shows da cidade, localizada no Bairro Aeroporto, Zona Oeste de Juiz de Fora. Enquanto na ocasião anterior ele não foi localizado pela PM, no caso deste final de semana, o policial penal permaneceu na agência bancária e chegou a mobilizar oito viaturas, ainda segundo consta no registro da ocorrência.
Segundo o documento, a Polícia Militar foi até a agência bancária após ter sido acionada através de uma ligação que anunciava “situação típica de ameaça envolvendo um agente de segurança pública e uma gerente”. Ao chegar no local, entretanto, os militares pediram reforços sob a alegação de que o penal estava se exaltando com a equipe e que ele apresentava “sintoma de embriaguez ou de efeito de substâncias entorpecentes”.
O caso, que a princípio se tratava de um atrito verbal entre o agente e a funcionária, evoluiu quando o homem não acatou a abordagem desempenhada pelos militares. O policial penal negou entregar sua arma de fogo e teria desacatado os militares na agência bancária, recebendo, em seguida, voz de prisão.
Tensão e arma de fogo
De acordo com o Reds, dois policiais militares que estavam perto do homem pediram que ele se acalmasse e destacaram que de forma alguma ele poderia acessar sua arma de fogo. Funcionários e clientes do banco também estavam nas redondezas.
Ainda segundo o registro da ocorrência, quando o penal deu um passo para trás e em um movimento brusco colocou a mão na cintura, acabou sendo imobilizado e levado para uma sala reservada da agência.
Pouco tempo depois, um diretor da Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires chegou ao local. Foi verificado que a arma que o policial carregava, uma 9.mm de uso restrito das forças de segurança, tinha o porte autorizado, ainda que o policial penal estivesse afastado.
Afastado do cargo
Foi a partir do diretor da penitenciária que os militares descobriram que o homem estava afastado por conta de um ato administrativo emitido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Em nota, a pasta reiterou que há investigação da qual o policial penal está sendo alvo pela corregedoria do órgão.
“Destacamos que a Sejusp não compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus profissionais. Todas as situações são acompanhadas com rigor e as medidas administrativas cabíveis no âmbito do processo legal são tomadas, guardando sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório”, acrescentou a instituição.
Após o episódio, o homem foi encaminhado para a delegacia, assinou o Termo de Compromisso de Comparecimento para retornar quando intimado e foi liberado no mesmo dia. Ainda não há agendamento para a notificação.