De acordo com Lidiane, neste ano, o estoque de bolsas de sangue de fator RH positivo se encontra satisfatório. Segundo ela, em função da grande mobilização difundida nas redes sociais, que pedia doações para o jovem João Paulo Almeida Assis, que sofreu um atropelamento na via férrea no mês de junho, muitas pessoas compareceram ao Hemominas para realizarem o ato solidário.
Mas o estoque de bolsas de sangue com fator RH negativo está 30% abaixo do ideal. “O O negativo doa para todos os outros grupos, mas só recebe dele mesmo. Quando uma pessoa O negativo precisa realmente, a gente tem que ter um maior número de bolsas aqui para poder atendê-la. Então temos o A negativo e o O negativo que estão em baixa no nosso estoque”, explica Lidiane.
Gesto de solidariedade e empatia
“E se fosse você que precisasse e não tivesse o sangue para receber? Se tivesse que ficar em uma fila aguardando para que um grupo de pessoas próximas se mobilizassem para que o sangue compatível chegasse até você?” Este é o recado do auxiliar de escritório Caio Trivellato, de 31 anos, para incentivar que mais pessoas compareçam ao Hemominas para doar sangue. Ele se tornou doador aos 18 anos, na época do alistamento militar, e, desde então, continua praticando o gesto de solidariedade periodicamente.
Caio, atualmente, é doador de plaquetas, e comparece ao hemocentro de dois em dois meses. “Quando é com um amigo nosso que está precisando, um conhecido, a gente está se mobilizando em busca de diversas pessoas que ajudem as próximas, e, na hora que não tem ninguém próximo precisando, simplesmente esquecemos que outras pessoas também precisam, que o Hemominas precisa disso com frequência. É importante, já que eu tenho saúde para isso.”
Ele garante que o ato não é dolorido. “Eu conheço pessoas que fazem tatuagem e têm medo de doar sangue, e, para se fazer a tatuagem, dói muito mais do que uma fisgada de agulha.” É o que também atesta o fiscal de salão Luiz Mário Canin Júnior, 29, doador há dois anos, que comparece ao Hemominas de três em três meses. O que o motiva a realizar o ato é o fato de se colocar no lugar do outro. “A gente nunca sabe o dia em que vai precisar. Tem que estar sempre ajudando as pessoas.” Lidiane endossa o incentivo e pede para que as pessoas compareçam ao Hemominas. “Queria convidar a todos e todas para fazer uma doação. É super simples, mas, para quem está recebendo, é um gesto de solidariedade, muito mais de amor, porque a gente só depende do outro para poder atender outras pessoas que estão precisando.”
Doação de plaquetas
Quando a pessoa faz a doação de sangue total, retira-se uma unidade de plaqueta após o fracionamento do sangue, mas, quando há a doação apenas de plaqueta, como no caso do Caio, pode-se retirar de seis a oito unidades do hemocomponente.
“Isso é muito importante para as pessoas que estão fazendo quimioterapia, ou estão na fila de transplante para medula, porque vai evitar uma reação transfusional. Além disso, a gente precisa aumentar este cadastro de doadores de plaquetas por aférese porque somente os homens podem doar, e a plaqueta só dura cinco dias fora do corpo”, explica a responsável pela captação e cadastros de doadores de sangue do Hemominas. Os requisitos para doar plaquetas são: ser homem, pesar 60kg ou mais e ter bom acesso venoso.