Milhares de fiéis se reuniram, na noite desta terça-feira (12), na Igreja de São José, no Bairro Costa Carvalho, na Zona Sudeste, para acompanhar a última Missa do Impossível realizada no local. A partir da próxima semana, a cerimônia, que teve início há cerca de sete anos e foi declarada patrimônio imaterial de Juiz de Fora, passará a ser realizada na Igreja de Santa Rita de Cássia, no Bairro Bonfim, Zona Leste.
Nesta terça, o clima era de emoção no pátio da igreja, que ficou repleto de pessoas, assim como seus arredores. Abanando lenços brancos e os celulares com os flashes ligados, fiéis de diferentes bairros de Juiz de Fora e de cidades vizinhas, como Lima Duarte, Santos Dumont, Três Rios, Barbacena e até de municípios de outros estados, como Brasília, participaram da celebração presidida pelo padre Pierre Maurício Cantarino, criador da cerimônia que se tornou tradicional em Juiz de Fora.
Apesar de seguir a mesma ordem das missas tradicionais, a Missa do Impossível é desenvolvida em um tom de conversa, mesclada com canções cristãs contemporâneas, como a música Vitória no Deserto. Nesta terça, os fiéis que participavam da celebração se ergueram do chão com fé e fervor com a canção que diz “Por isso eu pulo, pulo, pulo na presença do Rei”, assim como em outras músicas durante a cerimônia.
A diarista Mariana Carolina de Paula, 34 anos, era uma das fiéis presentes. Ela contou que desde a primeira vez que participou da Missa do Impossível, se sentiu tocada e não conseguiu mais parar de frequentar. “Quando eu comecei a vir, eu estava trabalhando e era casada, logo depois me separei e perdi o meu emprego, então ao ouvir o padre falando que Deus sabe de todas as coisas, eu tive forças para continuar. Logo em seguida eu consegui um emprego muito bom. É a missa do impossível mesmo. Não é o padre Pierre, mas sim, o Espírito Santo que vem nele, e ele (o padre) mostra para a gente todo o caminho”.
Fiéis dizem que continuarão frequentando as missas
O vendedor Daniel Barros, de 29 anos, gosta muito da missa pela forma como ela é conduzida. “Normalmente, quando você vem, você sai daqui bem mais leve”. Daniel conta que pretende continuar frequentando a Missa do Impossível quando esta mudar de local. Além dele, a recepcionista Margarida Damazilo de Paula, 41, também afirmou que vai continuar participando quando a missa for na Igreja Santa Rita de Cássia, pois a cerimônia é muito importante na vida dela e de seu esposo.
Apesar da pausa na realização da Missa do Impossível durante a pandemia de Covid-19, a pedagoga Débora Fonseca, 38, lembrou que nem assim deixou de acompanhar, pois participava das cerimônias por meio da internet, do começo ao fim. Por conta disso, ela afirmou que conseguiu alcançar muitas graças. Agora que o padre Pierre celebrará as missas em outro local, ela, o esposo e o filho pretendem continuar acompanhando-o e “praticando a palavra de Deus”, que, segundo a pedagoga, traz muitas bênçãos para suas vidas.
Próxima celebração marcará posse de padre Pierre
À Tribuna, nesta segunda-feira (11), o padre Pierre Cantarino disse se emocionar ao falar da sua partida da Igreja de São José, mas afirmou que “reconhece o propósito de Deus e confia nEle”, como a liturgia orienta. “Nos resta agradecer à paróquia São José, que durante esses sete anos e cinco meses me acolheu e acolhe pessoas de todos os lugares que vieram até aqui para buscar alimento da palavra de Deus”.
A expectativa é de que a mudança não afete o comparecimento dos fiéis, que se reúnem, inclusive, em caravanas para participar. Na próxima terça-feira, 19 de julho, a celebração será presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, na Igreja de Santa Rita de Cássia, e ainda marcará a posse de padre Pierre como pároco.