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Delegacia de Homicídios assume caso após descoberta de ossada

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Segundo o delegado Rodrigo Rolli, a investigação sobre o caso está sendo tratada como prioridade “para dar a resposta que a família da vítima merece” (Foto: Felipe Couri)
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A Delegacia Especializada de Homicídios assumiu nesta quinta-feira (12) a investigação sobre o possível assassinato de Rodrigo Santiago Sebastião, desaparecido desde 3 de abril de 2014, quando tinha 22 anos. Segundo o delegado que iniciou as investigações na época e atual responsável, Rodrigo Rolli, a ossada encontrada no último sábado (7) no quintal de uma casa próxima ao local onde o carro da vítima foi abandonado, às margens da Estrada União e Indústria, pode trazer a materialidade do crime. A comprovação será feita no setor de Antropologia do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, por meio da comparação entre os restos mortais e os materiais genéticos colhidos dos pais de Rodrigo.

“Há vários indícios que levam a essa confirmação”, disse Rolli, acrescentando que novas buscas deverão ser realizadas no mesmo terreno onde a ossada foi achada e em um açude próximo, a fim de localizar o crânio. “Vamos procurar para vermos, por exemplo, se houve algum traumatismo craniano”, explicou o delegado sobre os levantamentos necessários para identificar as prováveis causas da morte. O delegado também vai solicitar um novo exame de luminol no carro usado por Rodrigo no dia de seu desaparecimento, para verificar possíveis vestígios de sangue.

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Na próxima segunda-feira (16), serão ouvidas oficialmente as primeiras pessoas, incluindo os pais do jovem e o agente penitenciário que encontrou a ossada quando limpava seu quintal, acionando a Polícia Militar. Um dos objetivos é saber detalhes dessa localização e há quanto tempo o morador residia naquele endereço. “A família já reconheceu um cinto, uma etiqueta da calça jeans e um pé do tênis (achados junto com os ossos). Vamos ver se haverá necessidade de buscas pelo Corpo de Bombeiros no açude.”

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Além de expedir ordens de serviço para sua equipe realizar novos levantamentos de campo junto aos locais de crime e aos possíveis envolvidos, Rolli determinou outras diligências. “Os materiais já foram enviados ao setor de Antropologia do IML em BH, a fim de determinar a comprovação da materialidade do crime, e requisitei perícia de local. Vamos reinquirir também pessoas ligadas ao caso. A família já conversou comigo e foi intimada para segunda-feira (16).”

O delegado afirmou que essa investigação está sendo tratada como prioridade “para dar a resposta que a família da vítima merece”. “Desde o início, o inquérito era de homicídio e, não, de desaparecimento. Pedi ao delegado Rodrigo Massaud (atual titular da 6ª Delegacia) para me repassar o caso, uma vez que já conheço. Acredito que agora, com a equipe formada com quatro anos de experiência, novas informações podem surgir, e vamos dar uma resposta à sociedade.” Rolli lembrou que quem tiver qualquer informação sobre o caso pode fazer denúncias anônimas por meio do 181.

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Fim de um drama que já dura quatro anos

Em entrevista à Tribuna na última terça-feira (10), a mãe de Rodrigo, Núbia Santiago Sebastião, falou do drama vivido pela família há mais de quatro anos. No dia em que a ossada foi encontrada próxima ao local onde o carro do jovem foi abandonado, o pai chegou a comparecer ao endereço, levantando a hipótese de os restos mortais serem de seu filho. A expectativa é de que a suspeita seja comprovada, para colocar fim, ao menos, à dor da dúvida. “Ao longo desses anos de espera e de muito sofrimento, nossas vidas ficaram estacionadas. Estivemos sempre em busca de uma resposta. Agora esperamos que essa dor seja amenizada”, disse a mulher. Ela também espera por justiça e responsabilização pela morte do filho.

O veículo foi achado apenas no dia 11 de abril de 2014, oito dias depois do desaparecimento do rapaz. O carro estava aberto às margens do Paraibuna. O Corpo de Bombeiros chegou a fazer buscas na área a fim de localizar a vítima no rio. Em maio daquele ano, o caso já passou a ser tratado como homicídio pelo delegado Rodrigo Rolli, que estava à frente da 6ª Delegacia na ocasião. Ele sempre destacou o fato de o jovem não ter envolvimento com crimes e ser trabalhador. Na época, uma acareação foi realizada com os três rapazes que estiveram com Rodrigo no dia de seu sumiço. Todos negaram qualquer envolvimento.

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