Um pintor de 30 anos é suspeito de ter estuprado uma adolescente de 15, amiga de sua própria enteada, 16, dentro da casa onde ele mora na região central de Juiz de Fora. O crime teria acontecido na última sexta-feira (8), mas a Polícia Militar foi acionada na segunda (11), após a vítima denunciar o crime à mãe dela. A jovem disse que estava na varanda da residência, onde todos conversavam, quando o padrasto pediu à filha de sua companheira para ir comprar cigarros junto com outra amiga, 16. Neste momento, a adolescente acabou ficando sozinha com o homem. Ele a teria puxado pelo braço e tentado beijá-la à força. Em seguida, teria levado a vítima para o quarto da enteada e a jogado em cima da cama, violentando-a.
O abuso só teria terminado quando as colegas retornaram da rua e fizeram barulho no portão. A vítima conseguiu empurrar o pintor e saiu correndo para o banheiro, onde ficou aos prantos. A jovem teria comentado por alto o ocorrido e ido embora com a outra amiga. Ela também afirmou ter tomado pílula do dia seguinte, mas só conseguiu contar para a mãe três dias depois, quando ambas compareceram à delegacia. A adolescente alegou ter ficado com medo porque o suspeito a teria intimidado, afirmando já ter matado uma pessoa anteriormente.
A PM também conversou com as amigas da vítima, e elas acrescentaram que, antes do ocorrido, a jovem teria saído da casa com o homem para comprarem bebidas. Logo depois, ele pediu a elas para buscarem cigarros. Quando retornaram, perceberam que o suspeito estava na cozinha, e a vítima, no banheiro.
Diante dos depoimentos, a polícia seguiu até a casa do pintor. Conforme a PM, quando ele começou a relembrar os fatos, foi orientado por um advogado a não prestar declarações naquele momento, apenas na presença de uma autoridade judiciária. O homem aceitou ser conduzido à delegacia para elucidação dos fatos e também ser submetido a exames de sangue no HPS. A vítima foi medicada no mesmo hospital, de acordo com o Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos). Segundo o boletim de ocorrência, inicialmente, os procedimentos deram positivo para conjunção carnal recente.
Durante os trâmites no plantão da 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha, o suposto estuprador permaneceu em uma sala de segurança para resguardar sua integridade física, devido à comoção dos familiares e amigos que acompanhavam o desenrolar da ocorrência.
Como já havia passado o prazo para prisão em flagrante, o pintor foi liberado, segundo informações da assessoria da Polícia Civil. O caso seguiu para investigação na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. O crime de estupro é previsto no artigo 213 do Código Penal e tem pena de oito a 12 anos de reclusão, quando a vítima é maior de 14 anos e menor de 18.