A Polícia Militar do Rio de Janeiro confirmou, no fim da tarde desta terça-feira (12), o fim do sequestro de um ônibus da viação Sampaio, do Grupo Guanabara, com 17 passageiros. O veículo sairia do Rio de Janeiro na tarde desta terça com destino a Juiz de Fora. De acordo com a corporação, após quase três horas de negociação, o sequestrador se entregou às autoridades policiais. Informações sobre o criminoso ainda não foram divulgadas pelas polícia. Os 17 reféns, incluindo crianças e pessoas idosas, ficaram a salvo.
O caso teria começado com uma tentativa de assalto à mão armada e, de acordo com informações da Polícia Militar durante a ação, duas pessoas foram atingidas com disparos de arma de fogo. Ambos já foram socorridos. Uma das vítimas, um homem de 34 anos, está em estado grave e passou por cirurgia no Hospital Municipal Souza Aguiar, na região central da cidade. A outra, teria sido atingida de raspão.
A corporação confirmou que um único criminoso participou da ação, e que as vítimas foram baleadas do lado de fora do veículo. A rodoviária, situada na avenida Francisco Bicalho, no centro da cidade, ficou fechada e cercada por policiais militares. Equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da PM fluminense, também atuaram no episódio.
Segundo passageiros relataram à Globo News, houve tiroteio e tumulto por causa da ação do criminoso. Imagens que circulam nas redes sociais também mostram a correria no saguão da rodoviária, usada por cerca de 38 mil passageiros diariamente – o número chega a 70 mil em fins de semana e feriados.
Todo entorno da Rodoviária Novo Rio está fechado e as Forças de Segurança do Governo Estado estão atuando no local. Equipes da Prefeitura estão dando suporte, orientando motoristas na região. A Concessionária pede que quem tenha passagem pras próximas horas, remarque sua viagem.
— Eduardo Paes (@eduardopaes) March 12, 2024
43 pessoas embarcariam no ônibus
Em nota encaminha à Tribuna, a Viação Sampaio informou que o ônibus sequestrado era da linha Rio de Janeiro-Juiz de Fora, operada pela Viação Útil, que partiria às 14h30 da tarde desta terça.
Segundo a empresa, foram vendidas 37 passagens para a parte superior do ônibus, que é da categoria executiva, e seis passagens para a parte inferior, que opera na categoria leito.
“Uma equipe da Viação Sampaio esteve no local para prestar assistência aos passageiros envolvidos neste caso de violência. Lamentamos profundamente o ocorrido, ainda sem detalhes, e daremos o apoio possível aos clientes e funcionários da empresa.”
A empresa informou que todos os passageiros que teriam embarque em qualquer empresa do Grupo Guanabara nesta terça-feira não deveriam dirigir-se ao terminal. “A partir de amanhã (quarta) iremos remarcar sem custo as passagens no SAC 0800 728 1992.”
Sequestro de ônibus 174, em 2000, durou quase 4 horas
O Rio de Janeiro já viveu outros episódios semelhantes no passado. Em junho de 2000, um ônibus da linha 174 foi sequestrado na Rua Jardim Botânico por volta das 14h20.
Dez passageiros ficaram sob o domínio do sequestrador Sandro do Nascimento por cerca de quatro horas, período em que policiais do Bope negociavam com o criminoso para a soltura dos reféns. O caso ganhou repercussão nacional, e o sequestro foi transmitido ao vivo pelas TVs.
O sequestrador saiu do veículo usando a professora Geise Firmo Gonçalves como escudo e ela acabou morta. Um dos policiais do Bope se aproximou do criminoso, mas acertou a refém ao efetuar o disparo.
Nascimento ainda deu outros três tiros contra Geise. O sequestrador foi colocado em um camburão e morreu asfixiado dentro do veículo. Os agentes foram acusados de homicídio qualificado, mas foram absolvidos pelo Tribunal do Júri do Rio.
Em caso mais recente, em 20 de agosto de 2019, outro ônibus foi sequestrado no Rio de Janeiro, na Ponte Rio-Niterói. O sequestrador, identificado como Willian Augusto da Silva, manteve 39 passageiros reféns por mais de três horas.
O criminoso acabou sendo alvejado por um atirador de elite do Bope quando saiu do veículo e morreu no local. Descobriu-se depois que ele portava uma arma de brinquedo. Os reféns não ficaram feridos. O caso ficou marcado pela cena do então governador, Wilson Witzel, com os braços erguidos comemorando a morte do sequestrador e a conclusão do caso sem outros feridos.