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JF é a 5ª cidade do Brasil com maior incidência de raios

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Juiz de Fora é a quinta cidade do país, e a primeira do estado, em incidência de descargas elétricas. Levantamento realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta que, em média, o município recebe 17,03 raios por quilômetro quadrado, ficando atrás apenas de Porto Real, Barra do Piraí, Valença e Rio das Flores, todos no Rio de Janeiro (ver quadro). Conforme especialistas, a topografia da região onde Juiz de Fora está inserida seria responsável pela intensidade de descargas. Também influenciam o quadro, características climáticas, como temperaturas elevadas, alta umidade e constantes passagens de frentes frias que, em sua maioria, deslocam-se dos polos em direção à linha do Equador, sendo responsáveis por trazer chuvas e provocar quedas na temperatura.

Apesar da frequência elevada, o registro de mortes em decorrência de raios não é considerada alta na cidade. Nos últimos 12 anos, houve um óbito, em 2001. Neste mesmo período, 120 óbitos por descargas atmosféricas aconteceram em Minas Gerais, que é o 2° estado no ranking nacional de mortes. Em primeiro lugar está São Paulo, com 262 mortes entre 2000 e 2012. Embora o levantamento do ano passado ainda não esteja concluído pelo Ministério da Saúde, dados preliminares mostram que 1500 pessoas perderam a vida em decorrência de raios no Brasil, em 12 anos, o que representa um média de 125 óbitos por ano.

Uma das principais preocupações durante tempestades é com o sistema elétrico. De acordo com a Cemig, a demanda por mão de obra é grande na região, principalmente porque os raios podem atingir a rede de distribuição e afetar o abastecimento de energia. "Às vezes, precisamos substituir os transformadores ou religadores. É mais comum que esta situação ocorra na área rural. Na Zona Urbana, também há incidência de raios, mas em menor escala, em função dos pára-raios presentes nas edificações", explicou o técnico do sistema elétrico da Cemig, Marco Aurélio da Silva.

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Segundo o geógrafo do Departamento de Meteorologia da Cemig, Carlos Wagner Coelho, a formação de tempestades ocorre com mais frequência, desde o Estado de São Paulo, passando pelo Sul do Rio de Janeiro até a Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Zona da Mata seria rota para estas áreas de instabilidade. Ele explica que, para formar raios, além dos fenômenos climáticos, é necessária a existência de núcleos condensadores. Na Zona Urbana, seriam a fumaça, a poluição e ilhas de calor, formadas pelo grande número de edifícios que contribuem para o aquecimento do ambiente. "Desde 1988, monitoramos a situação do estado, e isso nunca mudou. É preciso que os municípios estejam preparados para ter o menor dano possível."

Além de Juiz de Fora, outros municípios da região aparecem em posições de destaque no ranking nacional. É o caso de Belmiro Braga (6º lugar), Matias Barbosa (7º), Rio Preto (8º), Piau (9º), Coronel Pacheco (11º), Chácara (17º), Santa Bárbara do Monte Verde (22º), Ewbank da Câmara (23º) e Santos Dumont (24º).

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