Está em um alojamento individual no Centro Socioeducativo Santa Lúcia um jovem de 18 anos, suspeito de ter estuprado outros dois colegas, sendo um deles um adolescente de 16 anos e o outro, um rapaz, 18, com deficiência intelectual, também acautelados no centro, localizado na Zona Norte de Juiz de Fora. O episódio foi registrado pela Polícia Militar (PM) no final da tarde da última terça-feira (10), depois que o diretor da unidade procurou a corporação após ser informado do ocorrido. O caso será investigado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil e um procedimento interno foi aberto para apurar administrativamente o ocorrido.
Informações do Registro de Ocorrência de Defesa Social (Reds) dão conta que o estupro teria acontecido na madrugada do dia 9, no interior do alojamento onde os três garotos dormiam. A vítima mais velha solicitou a um agente, durante uma aula, que o suspeito fosse trocado de quarto e relatou o crime. O funcionário, então, comunicou o fato ao diretor da unidade de acautelamento para que fossem tomadas medidas cabíveis.
À PM, o adolescente contou que estava deitado quando o suspeito se aproximou e, mediante ameaças de espancamento, ordenou que o garoto praticasse sexo oral nele. A vítima afirmou ter medo do suspeito pois este tinha o hábito de “bater”, sendo ele violento. O rapaz mais velho, que possui transtornos mentais, comprovados em laudo médico, também relatou aos militares que foi obrigado a masturbar o suspeito diante de ameaças violentas. O acusado, entretanto, disse à polícia que tudo ocorreu em comum acordo entre os três.
Os dois jovens foram levados para o Hospital de Pronto Socorro, sendo submetidos a exames de acordo com o Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos). Conforme o boletim de ocorrência, o laudo foi inconclusivo para conjunção carnal. Entretanto, eram aguardados demais resultados, a fim de que se comprovem os abusos. Consta ainda no documento policial que no momento em que os rapazes aguardavam os exames, o suspeito teria proferido ameaças ao adolescente, dizendo “quando a gente voltar a gente se vê na cela”, chegando a cuspir nele. Os fatos foram presenciados pelo agente e pelo diretor do centro de recuperação e gerou ainda mais medo na vítima mais nova, que termia ter sua vida ceifada pelo suspeito enquanto dormia. Diante dos fatos, ambos foram levados para a delegacia em viaturas separadas, para evitar quaisquer outros tipos de agressão. Ainda segundo o Reds, o suspeito recebeu voz de prisão em flagrante pelos crimes de estupro de vulnerável, tendo em vista que uma das vítimas tem deficiência intelectual, e por estupro e ameaça referente ao adolescente.
A Tribuna procurou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo, que informou em nota que acompanha o caso e que todos os procedimentos legais e necessários estão sendo realizados. “A unidade socioeducativa aguarda a conclusão do laudo médico”. Ainda em nota, a Sejusp garantiu que irá apurar o caso por meio de um procedimento interno. “Para preservar a segurança dos adolescentes envolvidos, o jovem acusado está em alojamento individual separado dos demais”, diz a nota.