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Cozinheira infectada por malária na África está em casa

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Therezinha com as crianças que assistiu na África (Fotos: Arquivo pessoal)

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Depois de ir parar na UTI e ficar mais de dez dias internada em um hospital de Joanesburgo, na África do Sul, para tratar uma malária cerebral, a cozinheira de Juiz de Fora Therezinha Regina da Silva Souza, 52 anos, conseguiu retornar para sua casa no último fim de semana. “Minha mãe ainda está fraca e debilitada, agora será acompanhada por médicos especialistas aqui no Brasil. Agradecemos a cada um por todas as orações direcionadas a ela. Que Deus os abençoe abundantemente”, declarou a filha, a recepcionista Natália Carolina Silva Souza, 32. A vaquinha on-line, criada pela família para ajudar nos custos do tratamento no hospital particular Arwyp Medical Centre, em Kempton Park, para onde a vítima foi levada às pressas após passar mal no Aeroporto de Joanesburgo quando regressaria, no último dia 28, segue até 10 de dezembro. O objetivo é arrecadar R$ 80 mil. Na tarde desta segunda-feira (11), o valor estava em torno de R$ 22 mil, ou quase 30% da meta.

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Segundo Natália, Therezinha desembarcou no Rio de Janeiro às 13h30 do último sábado. Apesar de estar com passagem de classe econômica, conseguiu para seu conforto, por meio da Embaixada brasileira, devido ao estado de saúde ainda sensível, viajar na primeira classe. Ela foi recepcionada pelo filho, 28, e seguiu direto para Juiz de Fora, chegando em casa por volta das 16h. “Meu irmão foi buscá-la no Rio, e eu fiquei aqui esperando, deixando tudo pronto. Ainda nem conversamos muito, porque chegou muito tonta, confusa e sonolenta. Ainda está assimilando tudo o que aconteceu e a mobilização de todo mundo. Mas está muito feliz com o que ela fez lá na África, muito grata a Deus pela nova vida e a todo mundo que tem ajudado”, contou a filha.

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Ainda conforme Natália, a família toda agora está mais tranquila. “Já deu um alívio no coração. Ainda estamos preocupados com a arrecadação, mas o que mais importa é a vida dela. Está com saúde, e estamos conseguindo dormir melhor.” Ela acredita que a doença não deixou sequelas. “A princípio está tudo bem. Ela tem reclamado que está com a visão um pouco embaçada. Segundo o médico da África, pode ser devido às medicações do quinino para tratar a malária. Temos que acompanhar por 15 dias. Se não melhorar, teremos que procurar um oftalmologista. Fora isso, está tudo normal. Esta semana vamos levá-la aos médicos especialistas, como neurologista e infectologista, para fazer um check up”, informou.

Trabalho voluntário

A cozinheira foi picada pela fêmea do mosquito Anopheles, contaminada pelo parasita Plasmodium falciparum, durante sua primeira viagem internacional. Participante há anos das ações sociais católicas vinculadas à Fazenda da Esperança, ela havia sido selecionada para o trabalho voluntário de ajudar a construir a primeira escola do Grupo Esperança Viva (GEV) em Dombe, Moçambique. O vilarejo foi devastado por um ciclone em março. Para poder custear o sonho, ela passou a ir trabalhar a pé a fim de economizar o dinheiro da passagem, realizou bingos, almoços e vendeu pastéis nas ruas. Quando seu projeto já havia sido concretizado e ela estava prestes a embarcar de volta ao Brasil, entretanto, sentiu sintomas graves da doença, foi socorrida e chegou a perder os sentidos a caminho do hospital, onde ficou na UTI por mais de uma semana.

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“Ainda precisamos arcar com os custos do hospital e, para isso, continuamos contando com a ajuda e solidariedade de todos. Estamos em contato, através do projeto Fazenda Esperança, do qual ela foi voluntária, e do hospital para ter acesso aos gastos e realizar um portal de transparência com os pagamentos realizados. Outras iniciativas de igrejas e parceiros da minha mãe vêm sendo realizadas em paralelo, como rifas e bingos. Gostaria de agradecer a todos, e toda ajuda será bem-vinda”, completou a filha de Therezinha.

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